sábado, julho 25, 2009

Fado Lisboeta ou Fado Tropical?

Ouça Fado com um sabor tropical, com um sabor a Brasil. Este vídeo mostra os ritmos quentes do Brasil associados ao Fado de Lisboa
Edu Miranda é um nome incontornável da música portuguesa e brasileira. Tem diversos trabalhos editados. Nestes, conta com a colaboração de vários grandes nomes da música, tais como: Gilberto Gil, Mário Laginha, Maria João, Martinho da Vila, Filipa Pais, Pedro Jóia, João Afonso, Rui Veloso, André Sardet, Luís Represas, Isabel Silvestre, Real Companhia, Danças Ocultas e Amina Alaoui. Desenvolveu, também, durante vários anos, uma excelente parceria com o grande mestre da guitarra portuguesa, António Chainho.
Veja e ouça o Edu Miranda Trio. Se quiser saber mais sobre este Trio, clique aqui e aqui.

sexta-feira, julho 24, 2009

Fado Português




O Fado nasceu um dia,
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
na amurada dum veleiro,
no peito dum marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.



Ai, que lindeza tamanha,
meu chão, meu monte, meu vale,
de folhas, flores, frutas de oiro,
vê se vês terras de Espanha,
areias de Portugal,
olhar ceguinho de choro.
Na boca dum marinheiro
do frágil barco veleiro,
morrendo a canção magoada,
diz o pungir dos desejos
do lábio a queimar de beijos
que beija o ar, e mais nada,
que beija o ar, e mais nada.



Mãe, adeus. Adeus, Maria.
Guarda bem no teu sentido
que aqui te faço uma jura:
que ou te levo à sacristia,
ou foi Deus que foi servido
dar-me no mar sepultura.






Ora eis que embora outro dia,
quando o vento nem bulia
e o céu o mar prolongava,
à proa de outro veleiro
velava outro marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.
JOSÉ RÉGIO

quinta-feira, julho 23, 2009

Era Lisboa e Entardecia...

Ao ver este vídeo lembrei-me de Dário Castro Alves e do seu livro: Era Porto e Entardecia, daí o título do "post".
A Lisboa de Eça e de Pessoa em todo o seu esplendor. A Lisboa antiga e a Lisboa moderna de braço dado com o Fado, na voz de Carlos do Carmo.
Para quem está longe recordar e para quem está perto apreciar.
Belíssimas e espectaculares imagens de Lisboa. Não perca!






quarta-feira, julho 22, 2009

Soneto

Não poderia deixar de assinalar, aqui, os cinquenta anos da morte de António Botto. Mais um poeta português que anda um bocado esquecido.


Se, para possuir o que me é dado,
Tudo perdi e eu próprio andei perdido,
Se, para ver o que hoje é realizado,
Cheguei a ser negado e combatido.

Se, para estar agora apaixonado,
Foi necessário andar desiludido,
Alegra-me sentir que fui odiado
Na certeza imortal de ter vencido!

Porque, depois de tantas cicatrizes,
Só se encontra sabor apetecido
Àquilo que nos fez ser infelizes!

E assim cheguei à luz de um pensamento
De que afinal um roseiral florido
Vive de um triste e oculto movimento


António Botto - Aves de Um Parque Real
As Canções de António Botto
Editorial Presença
1999

terça-feira, julho 21, 2009

Mistérios...

No Parque Nacional do Vale da Morte (Death Valley), Estado da Califórnia, ocorre um fenómeno geológico curioso: pedras que se movem sozinhas. O local de tal mistério é o fundo de um antigo lago e chama-se Racetrack Playa ou Praia do Diabo (Devil´s Playa), para os mais supersticiosos.
Neste vale existem ainda oito outras praias onde se verifica o mesmo fenómeno.
Estes factos são conhecidos há muitos séculos. As pedras que se movem chegam a atingir os 400 kg e movem-se em direcções diferentes. As explicações credíveis para a ocorrência deste fenómeno é que são escassas. Veja uma das hipóteses explicativas no vídeo que se segue.



segunda-feira, julho 20, 2009

A Montanha

Calma, entre os ventos, em lufadas cheias
De um vago sussurrar de ladainha,
Sacerdotisa em prece, o vulto alteias
Do vale, quando a noite se avizinha:

Rezas sobre os desertos e as areias,
Sobre as florestas e a amplidão marinha;
E, ajoelhadas, rodeiam-te as aldeias,
Mudas servas aos pés de uma rainha.



Ardes, num holocausto de ternura…
E abres, piedosa, a solidão bravia
Para as águias e as nuvens, a acolhê-las;

E invades, como um sonho, a imensa altura,
- Última a receber o adeus do dia,
Primeira a ter a bênção das estrelas!
Olavo Bilac (in Poesia Parnasiana. Antologia. Ed Melhoramentos)



domingo, julho 19, 2009

Je sais

Como dizia Jean Gabin em Je Sais: quanto mais se procura, menos se sabe.
Não deixe de ouvir esta belíssima canção francesa.
Não deixe de recordar este extraordinário actor e cantor Francês.