sábado, maio 08, 2010

O Conflito da Irlanda do Norte

A Irlanda do Norte é uma nação constituinte do Reino Unido, a única não-situada na Grã-Bretanha. Localiza-se, como o seu nome sugere, no norte da Ilha da Irlanda que divide com a República da Irlanda, que é um país independente e soberano.
O aspecto mais importante da geografia da Irlanda do Norte é o Lago Neagh, que tem 392 km² de área. É, assim, o maior lago de água fresca das ilhas britânicas. Um segundo sistema de lagos bastante extenso é formado pelos lagos Erne Superior e Inferior, em Fermanagh.
O relevo caracteriza-se pela existência de muitos planaltos , que têm grandes reservas de ouro, granito e basalto. O ponto mais alto é o Slieve Donard, em Mournes, com 848m. A actividade vulcânica que criou o planalto de Antrim também formou a famosa Calçada do Gigante ou de Gigantes.
Todo o país tem clima temperado marítimo. As chuvas abundantes abastecem os rios Bann, Foyle e Blackwater que dão origem a planícies férteis. O vale do rio Lagan é dominado por Belfast, cuja área metropolitana inclui mais de um terço da população da Irlanda do Norte. Esta região tem uma forte urbanização e uma industrialização pesada que se estende ao longo do vale Lagan e das margens do lago Belfast.
O conflito da Irlanda do Norte é um conflito muito antigo e complexo. Algumas das suas causas remontam aos séculos XII e XVI enquanto outras se situam em factos ocorridos mais recentemente.
Em 1921, o governo britânico liderado por David Lloyd George aprovou uma lei, criando duas Irlandas com autonomia interna: a Irlanda do Norte, que continuaria sob o domínio do Reino Unido, e a República da Irlanda (também conhecida como Eire), independente.
Nos anos 60, as acções do IRA (Exército Republicano Irlndês) e uma campanha de violência dos unionistas, levaram a Irlanda do Norte à beira de uma guerra civil. Nos anos 70 e 80, extremistas de ambos os lados cometeram diversos assassinatos em massa, geralmente, envolvendo civis inocentes.
Recentemente, a Irlanda do Norte passou por uma variedade grande de rivalidades entre diferentes comunidades (nacionalistas republicanos e unionistas). No entanto, partir de 2000, o clima de mudança no país foi notório. Esta mudança acentuou-se após a visita da Rainha Elizabeth II aos Prédios do Parlamento em Stormont, onde conversou acerca dos direitos dos irlandeses do norte que têm reclamado, ao longo das últimas décadas, tratamento idêntico ao dos britânicos.
Se quiser saber um pouco mais sobre este conflito, assista à apresentação elaborada por alunos do 12º C.

sexta-feira, maio 07, 2010

Calçada dos Gigantes

A Calçada dos Gigantes é a designação dada a um conjunto de cerca de 40 000 colunas prismáticas de basalto, encaixadas como se formassem uma enorme calçada de pedras gigantescas. Esta formação geológica resultou de uma erupção vulcânica ocorrida há cerca de 60 milhões de anos. Fica numa área de basalto compacto. A actividade vulcânica nessa área, fez a rocha derretida subir através de fendas no calcário (a uma temperatura média de mais de 1000°C). Quando entrou em contato com o ar, arrefeceu e solidificou.
Formaram-se, assim, milhares de colunas verticais de pedra. Podem atingir até 6 metros de altura e ter cada uma entre 38 cm a 51 cm de largura. Os topos são planos e podem ter seis ou mais lados. Por serem tão uniformes, os topos das mesmas parecem encaixar-se como favos. Devido à sua aparência, a Calçada dos Gigantes, lembra uma rua pavimentada com pedras arredondadas, que varia de vinte a trinta metros de largura.
Esta formação está localizada na costa nordeste da Irlanda, a cerca de 3 km a norte da vila de Bushmills, no condado de Antrim, Irlanda do Norte. Foi declarada como Património da Humanidade pela UNESCO, em 1986, sob o nome de Calçada dos Gigantes e sua Costa, e como Reserva Natural em 1987.
A Calçada dos Gigantes, também é conhecida, de uma forma peculiar no álbum da banda britânica de rock, Led Zeppelin, no seu álbum Houses of the Holy.
Este é um dos exemplos deste tipo de formações. No entanto, existem outros, quer em Portugal (Porto Santo), quer nos E.U.A. Aí, não poderia deixar de referir o maior e mais conhecido, situado no Wyoming: A Torre do Diabo.

quinta-feira, maio 06, 2010

O Valioso Tempo dos Maduros

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos,
não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!
Mário de Andrade
(1893-1945)

quarta-feira, maio 05, 2010

A Persistência da Memória

Vale sempre a pena rever Carl Sagan.
Carl Sagan (1934 - 1996) foi um cientista e astrónomo dos Estados Unidos.
Dedicou-se à pesquisa e à divulgação da astronomia e ao estudo da chamada exobiologia. Foi um excelente divulgador da ciência (considerado por muitos o maior divulgador que o mundo já conheceu).
Morreu aos 62 anos, de cancro, no Centro de Pesquisas do Cancro Fred Hutchinson. A ciência perdeu um grande defensor, divulgador e incentivador da mesma, na actualidade.
Cosmos, foi uma série de TV realizada por Carl Sagan e pela esposa Ann Druyan, em 1980. A série Cosmos, é um dos mais formidáveis exemplos da amplitude e eficácia que a divulgação científica pode atingir através dos meios audiovisuais, quando servida por uma personalidade carismática como Carl Sagan e por instrumentos técnicos adequados.
Aqui fica, com dobragem em português, um excerto do episódio A Persistência da Memória da série Cosmos em que ele fala dos livros e de bibliotecas.

terça-feira, maio 04, 2010

Blueberry Hill

Fats Domino (1928 - Nova Orleães, Louisiana) é um dos mais importantes cantores, compositores e pianistas do rock e R&B de todos os tempos. O nome de baptismo completo (que é fruto do seu local de nascimento ) é Antoine Dominique Dominó.
Fats, é filho de um famoso violinista, aprendeu a tocar piano com seu tio e ao dez anos já tocava profissionalmente. Aos 21 conheceu o trompetista David Bartholomew, que se tornaria seu grande parceiro. Dessa parceria surgiu “The Fat Man”, o primeiro de muitos sucessos de Fats Dominó, o maior vendedor de discos depois de Elvis e dos Beatles. Dando uma forma mais moderna ao blues, Dominó foi considerado um dos grandes precursores do rock’n’roll.
Blueberry Hill , é uma canção popular editada em 1940. Foi escrita por Vincente Rose com letra de Al Lewis e Larry Stock. Foi gravada seis vezes em 1940. A gravação que teve mais impacto foi a de Glenn Miller, em Bluebird (10768).
A gravação de Louis Armstrong (1949) colocou-a no Top 40 da Billboard. No entanto, é com Fats Dominó (1956), que ganha repercussão internacional e se transforma numa das músicas emblemáticas do Rock'n'Roll . A versão de Fats Dominó está no 81º lugar da lista, das 500 melhores canções de todos os tempos, da revista Rolling Stone. Se não conhece Fats ou Blueberry Hill, aproveite.


segunda-feira, maio 03, 2010

Um Olhar Indiscreto sobre Sintra

Famosa pela forte envolvência mítica, histórica e ponto obrigatório de visita pelos mais curiosos, Sintra foi alvo do nosso olhar indiscreto. Na agradável manhã de vinte e quatro de Fevereiro, aventurámo-nos pelas suas ruas estreitas, subindo até ao Castelo dos Mouros e passeando pela Quinta da Regaleira. Foi neste último que o nosso olhar se fixou.

É impossível não ficar estupefacto ao visitar a Quinta da Regaleira. Não só pela sua enorme beleza, mas também pelo seu conteúdo cultural e filosófico, quem a visita adquire um vasto conhecimento.
Considerada Património Artístico, a Quinta da Regaleira pertenceu a António de Carvalho Monteiro que “encomendou” a construção desta ao arquitecto-cenógrafo italiano Luigi Manini. Este inspirou-se na arquitectura greco-clássico latina, elaborando esta mística obra de 4,5 hectares.
À entrada deparamo-nos com o Patamar dos Deuses, um trilho ladeado por nove estátuas da mitologia greco-romana.
A intersectar este caminho encontramos um leão guardião que marca o início da ascensão ao poço iniciático. Com uma conotação esotérica, este é o local perfeito para a introspecção e descoberta de si mesmo. A longa escadaria em espiral remete-nos para a viagem de Dante ao inferno em “Divina Comedia”.
A simbologia é uma das características mais interessantes da Regaleira. Os quatro grandes elementos encontram-se em frente à estátua do leão, representados por animais que se diferenciam pela sua “lentidão”. O sapo, a salamandra, a tartaruga e o caracol simbolizam, respectivamente, a terra, o fogo, a água e o ar. A sua lentidão está relacionada com a frase “festina lente”, ou seja, “apressa-te devagar”. Significa, portanto, que “devagar se vai ao longe” em quase tudo na vida. Continuando o nosso percurso pela Quinta, aventuramo-nos pelos seus túneis subterrâneos. A escuridão aqui encontrada obriga-nos a usar lanternas.
No entanto, as grutas labirínticas não deixam de ser surpreendentes, não só pela sua estrutura, mas também pelo simbolismo que transmitem. Encontrar a saída do labirinto representa a descoberta da luz, isto é, a procura do conhecimento.
A Regaleira distingue-se também, pela forte presença de marcas maçónicas. A maçonaria e os seus símbolos estão presentes em vários pontos de referência do jardim. O Poço Iniciático alude a aspectos do nascimento e morte ligados à terra, ritual característico da maçonaria. Na capela da propriedade, é possível observar uma separação entre o Cristianismo e a Maçonaria. À entrada encontramos vários símbolos maçónicos como o Caracol e o Delta com um olho no centro. Contudo, para assinalar a separação entre estas duas vertentes - o Cristianismo e a Maçonaria - a simbologia maçónica encontra-se apenas numa área à entrada da capela. O restante espaço está “reservado” à cultura Cristã, onde podemos ver gravada no chão uma cruz dos templários, vitrais e o altar no centro, ao fundo da sala.
Todos estes factos tornam a Quinta da Regaleira um lugar único e imperdível a todos os que passam por Sintra. Um local místico, com “espírito próprio”, que desperta em qualquer visitante o desejo de lá voltar.
Reportagem de: Ana Patrícia, Beatriz Chamorrinha, Inês Silva e Patrícia Antunes-11º B.

domingo, maio 02, 2010

Mãe

Mãe:
Que desgraça na vida aconteceu,
Que ficaste insensível e gelada?
Que todo o teu perfil se endureceu
Numa linha severa e desenhada?

Como as estátuas, que são gente nossa
Cansada de palavras e ternura,
Assim tu me pareces no teu leito.
Presença cinzelada em pedra dura,
Que não tem coração dentro do peito.

Chamo aos gritos por ti — não me respondes.
Beijo-te as mãos e o rosto — sinto frio.
Ou és outra, ou me enganas, ou te escondes
Por detrás do terror deste vazio.

Mãe:
Abre os olhos ao menos, diz que sim!
Diz que me vês ainda, que me queres.
Que és a eterna mulher entre as mulheres.
Que nem a morte te afastou de mim!
Miguel Torga, in 'Diário IV'