sábado, julho 10, 2010

Dançar a Vida

Na época que antecede a reprodução, os animais manifestam determinados comportamentos (sinais odoríferos, visuais e sonoros) para comunicarem e chamarem a atenção do sexo oposto (combates, bailados e oferta de presentes). A este conjunto de comportamentos que manifestam antes, durante e após o acasalamento chama-se parada nupcial. Nas aves esses comportamentos são muito frequentes e conhecidos. As etapas da parada nupcial são: a comunicação, o reconhecimento e o acasalamento.
É vulgar ouvir-se a expressão "parecem dois pombinhos" que remete para a parada nupcial do pombo. Algumas aves fazem exibições mais simples enquanto outras são muito elaboradas. Quase toda a gente conhece a exibição do peru e a forma como o pavão exibe as suas penas coloridas. É também frequente, entre as aves, a execução de bailados e a oferta da presentes coloridos ou de alimentos às fêmeas.
Os machos da família das aves são muito "amorosos". Não lhes faltam formas de mostrarem às fêmeas o seu interesse, a sua habilidade e a sua beleza. Muitas vezes o entusiasmo dos machos é tanto que lutam entre si. As paradas nupciais mais conhecidas são: as do mergulhão-de-crista, das aves do paraíso (clique aqui) ou as dos cisnes, etc.
Ora veja aqui alguns exemplos.

sexta-feira, julho 09, 2010

Amar Alfama

Alfama é o mais antigo e um dos mais típicos bairros da cidade de Lisboa. Abrange as freguesias de São Miguel, Santo Estêvão e São Vicente de Fora. O seu nome deriva do árabe al-hamma, que significa banhos ou fontes.
As vistas mais espectaculares de Alfama obtêm-se dos miradouros das Portas do Sol e de Santa Luzia. Acima de Alfama e envolvendo-a ficam, a colina do Castelo de São Jorge e a colina de São Vicente. Para além do Castelo, os principais monumentos da zona são a Sé, a Igreja de Santo Estêvão e a Igreja de São Vicente de Fora.
Alfama é um bairro popular. Assemelha-se a uma antiga aldeia na qual todas as pessoas se conhecem e se cumprimentam diariamente. O bairro é conhecido pelos seus restaurantes e casas de fado, assim como pelos festejos dos Santos Populares, em especial na noite de Santo António, de 12 para 13 de Junho.
Durante o domínio muçulmano, poder-se-ia falar de uma Alfama do Alto, mais aristocrática, situada dentro da Cerca Moura, na parte oriental da actual freguesia da Sé, que comunicaria pela Porta de Alfama ou de São Pedro (na actual rua de São João da Praça) com uma Alfama do Mar, arrabalde popular.
Com o domínio cristão a designação Alfama foi-se alargando mais para leste, dentro dos limites da Cerca Nova ou Cerca Fernandina, passando para lá do Chafariz de Dentro.
Este bairro foi outrora o mais agradável da cidade. As origens do declínio surgiram na Idade Média, quando os residentes ricos se mudaram para o oeste, deixando o bairro para uma população de pescadores e marinheiros.
Os prédios resistiram ao terramoto de 1755. Apesar de já não existirem casas mouriscas, o bairro conserva um pouco do ambiente árabe, com as suas ruelas, escadarias e roupa a secar nas janelas. As áreas mais arruinadas estão a ser restauradas e a vida desenvolve-se em volta das pequenas mercearias, bares e tabernas.
Graças a um número significativo de nascentes com um caudal de alguma importância, Alfama era, antes da construção do Aqueduto das Águas Livres, a zona de Lisboa com menos problemas de falta de água. As águas de Alfama ou Águas Orientais foram introduzidas em 1868 na rede de abastecimento público de Lisboa com a construção no local do antigo Chafariz da Praia de uma cisterna que recolhia a água . Ainda hoje subsistem os seguintes chafarizes: Chafariz de El-Rei e o Chafariz de Dentro.
Algumas das águas que ali existiam tinham temperaturas elevadas (nalguns casos acima dos 20 °C), chegando mesmo a ser classificadas, em finais do século XIX, como águas minero-medicinais. Foram exploradas, por isso, pelo menos desde o século XVII como banhos públicos ou alcaçarias, que se mantiveram em actividade até às primeiras décadas do século XX.
Aprecie, agora, a apresentação que escolhi para hoje e que mostra alguns dos aspectos mais tipicos deste bairro popular.

quinta-feira, julho 08, 2010

Adeus Tila

HISTÓRIA DO SR. MAR
Deixa contar...
Era uma vez
O senhor Mar
Com uma onda...
Com muita onda...

E depois?
E depois...
Ondinha vai...
Ondinha vem...
Ondinha vai...
Ondinha vem...
E depois...

A menina adormeceu
Nos braços da sua Mãe...
Matilde Rosa Araújo, O Livro da Tila



Matilde Rosa Lopes de Araújo (Lisboa -1921 - 6 de Julho de 2010) foi uma escritora portuguesa, especializada em literatura infantil.
Licenciou-se na Faculdade de Letras, da Universidade Clássica de Lisboa, em 1945. Foi professora do Ensino Técnico-Profissional e formadora de professores na Escola do Magistério Primário de Lisboa.
Escreveu livros de contos e de poesia para adultos e mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças (O Livro da Tila – poemas para crianças, 1986; O Palhaço Verde – novela infantil, 1984; História de um Rapaz – conto infantil, 1986 ; O Cantar da Tila – poemas para a juventude, 1986; O Sol e o Menino dos Pés Frios – contos, 1986; O Reino das Sete Pontas – novela infantil, 1986 ; Os Quatro Irmãos – 1983; História de uma Flor – conto infantil; O Sol Livro – textos para o ensino, 1976; Os Direitos da Criança, Unicef, 1977; O Gato Dourado – contos infantis, 1985 ; As Botas de Meu Pai – contos infantis,1981; Camões, Poeta Mancebo e Pobre, 1978; Baladas das Vinte Meninas – poema infantil, 1978; Joana-Ana – conto infantil, 1981 ; A Escola do Rio Verde, 198l;etc.
Dedicou-se à defesa dos direitos das crianças através da publicação de livros e de intervenções em organismos com actividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.
Em 1980, recebeu o Grande Prémio de Literatura para Crianças, da Fundação Calouste Gulbenkian, e o prémio para para o melhor livro infantil, pela mesma fundação, em 1996, pelo seu trabalho Fadas Verdes (livro de poesias de 1994).

Ainda da Tila, deixo aqui mais algumas palavras:


"Escrevo à mão... gosto de fazer letra. Gosto de desenhar a letra.
A letra tem uma beleza como a palavra tem uma música.
Um dia na escola da Calçada do Combro fiz uma sessão na Biblioteca. Brincávamos com as palavras. Eu perguntava quais eram as palavras mais bonitas. E uma aluna, magrinha, com umas olheiras até aqui, voltou-se para mim e disse:
"A palavra mais linda é "vosselência""!
Matide Rosa Araújo

quarta-feira, julho 07, 2010

Tocar pela Paz

A guerra civil entre o Norte e o Sul do Sudão foi uma das maiores guerras civis registadas nos últimos anos. Mais de dois milhões de pessoas morreram.
Agora a violência voltou, de novo, a aumentar no sul do Sudão. Há o perigo de que as violações dos direitos humanos e a guerra regressem.
Em Janeiro de 2011, daqui a um ano, vai acontecer um referendo para determinar o futuro do Sudão. Assim, há organizações não governamentais que estão a unir esforços, no sentido de apelar aos líderes internacionais, para agir urgentemente no sentido de prevenir o regresso desta horrível violência.
A Plataforma por Darfur (www.pordarfur.org) integra uma série de organizações com preocupações humanitárias para com as pessoas que sofrem naquele país e naquela região. Há quase 3 anos que organizam campanhas de sensibilização para que o Darfur não fique esquecido.
Durante este ano, promovem uma acção global chamada «Sudan 365», que é uma campanha de sensibilização à escala mundial. O objectivo é alertar para o drama que ainda se vive no Darfur, e sobretudo para o referendo que terá lugar no próximo ano e, muito provavelmente, poderá dar origem a uma separação entre o norte e o sul do Sudão. Uma das iniciativas desta grande campanha «Sudan 365» é a produção e a divulgação do vídeo «A Beat for Peace» (uma batida pela paz). Esta foi a forma que encontraram de dar voz a quem não tem voz.
Aqui fica o vídeo, A Beat for Peace, que conta com a participação de músicos de várias partes do mundo.

terça-feira, julho 06, 2010

Os Jardins da Rainha

Neste tempo de calor intenso proponho-lhe um passeio refrescante pelos Jardins da Rainha na Tailândia. Aprecie a beleza das flores em especial das orquídeas.As orquídeas pertencem a uma das maiores famílias de plantas existentes. Apresentam muitas e variadas formas, assim como cores e tamanhos. Existem em todos os continentes com excepção da Antárctida, embora predominem nas áreas tropicais. As orquídeas crescem sobre as árvores, usando-as como apoio para procurar luz. Não são, contudo, parasitas.
São usadas sobretudo como ornamento. Contudo, a produção de baunilha é feita a partir dos frutos de algumas espécies de orquídeas.
A grande maioria das orquídeas apresenta flores pequenas e folhagem pouco atractiva. Mas, o formato intrigante de algumas das suas flores acaba por ser muito chamativo.
As orquídeas têm despertado interesse, como nenhuma outra família de plantas, em coleccionadores, pintores, arquitectos paisagistas, escritores (Rex Stout) e poetas.

segunda-feira, julho 05, 2010

Melody

Melody Gardot (Filadélfia,Pensilvânia - Fevereiro de 1985) é uma cantora e compositora de jazz. Esta cantora é influenciada pelo blues e jazz, de Janis Joplin, Miles Davis, Duke Ellington e George Gershwin e pela música latina de Stan Getz e Caetano Veloso.
O último álbum de originais de Melody Gardot (editado em Maio do ano passado), My one and only thrill, alcançou o 2º lugar no top da categoria, nos E.U.A. e o 12º lugar no top inglês.
Este disco, consolidou-a como uma das vozes mais importantes e sonantes do jazz actual.
Budista e cozinheira de macrobiótica, Melody Gardot encanta pelo timbre único da sua voz, em composições da sua própria autoria, inspiradas em grandes nomes da música norte-americana, como Judy Garland, Miles Davies ou Duke Ellington.
Ouça-a agora em Worrisome Heart ou clicando aqui para ouvir Sweet Memory.

domingo, julho 04, 2010

Em Lisboa com Cesário Verde

Nesta cidade, onde agora me sinto

mais estrangeiro do que os gatos persas;

Nesta Lisboa, onde mansos e lisos

os dias passam a ver as gaivotas,

e a cor dos jacarandás floridos

se mistura à do Tejo, em flor também,

só o Cesário vem ao meu encontro,

me faz companhia, quando de rua

em rua procuro um rumor distante

de passos ou aves, nem eu sei já bem.

Só ele ajusta a luz feliz dos seus

versos aos olhos ardidos que são

os meus agora; só ele traz a sombra

dum verão muito antigo, com corvetas

lentas ainda no rio, é a música,

o sumo do sol a escorrer da boca,

ó minha infância, meu jardim fechado,

ó meu poeta, talvez fosse contigo

que aprendi a pesar sílaba a sílaba

cada palavra, essas que tu levaste

quase sempre, como poucos mais,

à suprema perfeição da língua.
Eugénio de Andrade