sábado, dezembro 17, 2011

Um concerto diferente

No próximo dia 18 de Dezembro, pelas 21 horas, vai realizar-se um concerto na garagem da Fundação Gulbenkian, em Lisboa, com músicos que foram pessoas retiradas do mundo da rua. Formou-se, então, uma orquestra com aqueles que mostraram apetência para o mundo da música.
Da Orquestra TODOS, constituída durante os meses de Verão, fazem parte músicos vindos maioritariamente dos países lusófonos.
A fundação Gulbenkian oferece os bilhetes a todos aqueles que queiram dar o seu apoio, calor humano e incentivo a esta orquestra. O concerto brindará os presentes com música clássica e não só. O programa é diversificado já que inclui composições originais e ritmos multiculturais que vão do Brasil a Cabo Verde, passando por Goa, Roménia e outros países de origem dos músicos que a compõem.
Não esqueça, é na Gulbenkian e, basta pedir os respectivos bilhetes de ingresso.
Não deixe de apoiar esta nobre causa, comparecendo ao espectáculo.

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Fui Dizer-te Adeus ao Cais

Fernando Maurício (Mouraria, 1933 - 2003) foi um fadista português.
É hoje considerado como o maior fadista da sua geração, apesar do seu descuido perante a necessidade de apostar numa carreira discográfica.
Nasceu na Rua do Capelão, no coração do Bairro da Mouraria, e com apenas oito anos começou a cantar numa taberna da rua onde morava, “O Chico da Severa”, onde se juntavam os fadistas após as festas de beneficência onde participavam.
Em 1947 participa na Marcha Infantil da Mouraria, no papel de Conde de Vimioso ao lado de Clotilde Monteiro como Severa. Por esta altura trabalhava como sapateiro.
Cantou regularmente durante um período de três anos, aos fins-de-semana, no Café Latino, no Retiro dos Marialvas, no Vera Cruz e no Casablanca no Parque Mayer. No entanto, quando contava dezassete anos resolveu interromper a actividade, que só retomou em 19
54, no Café Luso, no Bairro Alto. Aqui, actuou já profissionalizado, bem como, na Adega Machado e na casa típica O Faia.
Nos anos 60 e 70 foi a vez de outras casas de fado de Lisboa, como a Nau Catrineta, a Kaverna, o Poeta, a Taverna d’El Rey e novamente, o Café Luso. Estas casas conquistaram novos públicos com as actuações de Fernando Maurício que seria apelidado de Rei do Fado. Nos anos 80 começou a actuar na Adega Mesquita.
São vários os fados que Fernando Maurício celebrizou. Entre eles a "Igreja de Santo Estêvão". Fernando Maurício cantou em programas de fados quer na Emissora Nacional quer nos primeiros programas da RTP. Contudo, preferia cantar em festas de beneficência e solidariedade, por todo o país, não se preocupando muito com a carreira discográfica. Apesar de tudo, gravou alguns discos. Convém destacar, entre outros: De Corpo e Alma sou Fadista (1984); Tantos Fados deu-me a Vida (1995), Os 21 Fados do Rei (1997); Fernando Maurício, col. O Melhor dos Melhores (1997); e Fernando Maurício,
Clássicos da Renascença (2000).
Participou em inúmeros espectáculos no estrangeiro, nomeadamente no Luxemburgo, Holanda, Inglaterra, Canadá e Estados Unidos.
Recebeu ao longo da sua vida vários prémios, mas, era avesso a homenagens. Contudo, em 1989, Amália Rodrigues descerrou na rua onde nasceu duas lápides evocativas das vozes do fado emblemáticas deste bairro: Maria Severa Onofriana e Fernando da Silva Maurício.
Ouça, agora, Fernando Maurício em "Fui Dizer-te Adeus ao Cais".

quinta-feira, dezembro 15, 2011

Retratos com histórias

Sugiro-lhe, hoje, uma apresentação com retratos de Eduardo Gageiro.
Eduardo Gageiro, é um fotógrafo português, nascido em 1935. Com apenas 12 anos viu uma fotografia sua publicada na 1ª página do Diário de Notícias.
Começou a sua actividade de repórter fotográfico em 1957 no Diário Ilustrado, e a partir daí dedicou toda a sua vida ao foto-jornalismo.
Foi colaborador das principais publicações portuguesas e estrangeiras e da Presidência da República. Tem trabalhos reproduzidos um pouco por todo o mundo, com os quais ganhou mais de 300 prémios internacionais, entre os quais é de destacar o 2º prémio do World Press Photo, em 1974, na categoria Portraits.
Aprecie, agora, alguns dos fabulosos retratos de Eduardo Gageiro.

quarta-feira, dezembro 14, 2011

Fado: "Intangible Heritage of Humanity"

Hoje proponho-lhe que veja o vídeo de apresentação da candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade.
De acordo com a Convenção para a Salvaguarda do Património Imaterial da Humanidade, UNESCO, 2003 (Artº 2, alínea 1),‎ "O património cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é permanente
mente recriado pelas comunidades e grupos em função do seu meio, da
sua interacção com a natureza e a sua história, proporcionando-lhes um sentimento de identidade e de continuidade, contribuindo assim para promover o respeito pela diversidade cultural e a criatividade humana
".

O Fado é, pois, um dos aspectos que distingue a identidade nacional portuguesa mostrando o que de único define e distingue os portugueses dos outros povos.

terça-feira, dezembro 13, 2011

Cais das Colunas

O Tejo, à noite, não é um rio:
não nasce em Espanha,
terras não banha,
nem desagua além do Bugio.

Quem ande à noite, à toa,
e chegue à muralha e saiba escutar,
sente de um lado desaguar Lisboa
e do outro lado o mar.

Berço de barcos adormecidos,
frio ataúde de um sonho frio,
porto inventor de amores repetidos...
mas não um rio, mas não um rio!
Leonel Neves - (Do livro inédito Ontem à Noite)

segunda-feira, dezembro 12, 2011

As aldeias

Eu gosto das aldeias sossegadas,
com o seu aspecto calmo e pastoril,
erguidas nas colinas azuladas,
mais frescas que as manhãs finas de Abril.

Pelas tardes das eiras, como eu gosto
de sentir a sua vida activa e sã!
Vê-las na luz dolente do sol-posto,
e nas suaves tintas da manhã!...

As crianças do campo, ao amoroso
calor do dia, folgam seminuas,
e exala-se um sabor misterioso
de agreste solidão das suas ruas.

Alegram as paisagens as crianças
mais cheias de murmúrios do que um ninho:
e elevam-nos às coisas simples, mansas,
ao fundo, as brancas velas dum moinho.

Pelas noites de Estio, ouvem-se os ralos
zunirem nas suas notas sibilantes...
E mistura-se o uivar dos cães distantes
com o cântico metálico dos galos.
Gomes Leal - Claridades do Sul

domingo, dezembro 11, 2011

Vim Devolver

Proponho-lhe que assista à actuação do cantor angolano (nascido em Benguela) Matias Damásio, interpretando o tema "Vim Devolver", no programa televisivo Embondeiro.
Matias Damásio foi o primeiro convidado deste programa, que se estreou em 2010. Veio directamente de Angola para pisar o palco a convite de Nancy Vieira, onde interpretou os temas "Angola - País Novo" e "Vim Devolver".
Damásio é um artista popular e uma das vozes mais prestigiadas de Angola. Canta o amor e a realidade da vida com uma musicalidade e sensibilidade únicas.
Foi com o lançamento do seu segundo álbum, que se projectou no panorama musical internacional.