sábado, janeiro 18, 2014

D. Catarina de Bragança

Catarina Henriqueta de Bragança (1638 — 1705) foi uma Infanta de Portugal, depois Princesa da Beira, e, posteriormente, rainha consorte de Inglaterra e Escócia devido ao seu casamento com o rei Carlos II da casa de Stuart. Filha do rei D. João IV de Portugal, da Casa de Bragança, e da sua consorte, a rainha D. Luísa de Gusmão. Os seus irmãos foram os monarcas D. Afonso VI e D. Pedro II de Portugal.
Se quiser ficar a conhecer melhor esta princesa portuguesa, leia o texto que se segue, que contém alguns dados biográficos desta princesa portuguesa e cuja autoria é de Arnaldo Norton.
"Princesa Portuguesa, filha do rei D.João IV, que foi rainha de Inglaterra, por ter casado com o rei Carlos II. A cerimónia do casamento realizou-se em Maio de 1662, e assim, começou a parte infeliz da vida de Catarina de Bragança, uma princesa nascida e criada no seio de uma família com cultura, educação e hábitos tradicionais portugueses que, por sua infelicidade, foi desterrada para uma corte que, contrariamente ao que alguns escritores e cineastas de pacotilha nos querem fazer crer, era rude e atrasada, em relação à restante Europa.
Catarina, teve um papel importantíssimo na modernização da Inglaterra e na alteração da filosofia de vida dos ingleses pelo que, embora não suficientemente, ainda hoje é admirada e homenageada.
Provocou uma autêntica revolução na corte de Inglaterra, apesar de ter sido sempre hostilizada por ser diferente mas nunca desistiu da sua maneira de ser, nem consentiu que as damas portuguesas do seu séquito o fizessem. Tinha uma personalidade tão forte que conseguiu que aqueles (principalmente aquelas) que a criticavam, em breve, passassem a imitá-la. E assim, se derem grandes alterações na corte inglesa:
  • O conhecimento da laranjaCatarina adorava laranjas e nunca deixou de as comer graças aos cestos delas que a mãe lhe enviava.
  • O costume do “CHÁ DAS 5”: Costume que levou de casa e que continuou a seguir organizando reuniões com amigas e inimigas. Este hábito generalizou-se de tal maneira que, ainda hoje, há quem pense que o costume de tomar chá a meio da tarde é de origem britânica.
  • A compota de laranjaQue os ingleses chamam de “marmelade”, usando, erradamente, o termo português marmelada, porque a marmelada portuguesa já tinha sido introduzida na Inglaterra em 1495. Catarina guardava a compota de laranjas normais para si e suas amigas e a de laranjas amargas para as inimigas, principalmente, para as amantes do rei.
  • Influenciou o modo de vestirIntroduziu a saia curta. Naquele tempo, saia curta era acima do tornozelo e Catarina escandalizou a corte inglesa por mostrar os pés, o que era considerado de mau-gosto o que não admira devido aos pés enormes das inglesas. Como ela tinha pés pequeninos, isso arranjou-lhe mais inimigas. Introduziu, também, o hábito de vestir roupa masculina para montar.
  • O uso do garfo para comerNa Inglaterra, mesmo na corte, comia-se com as mãos, embora o garfo já fosse conhecido, mas só para trinchar ou servir. Catarina estava habituada a usá-lo para comer e, em breve, todos faziam o mesmo.
  • Introdução da porcelanaEstranhou comerem em pratos de ouro ou de prata e perguntou porque não comiam em pratos de porcelana como se fazia, já há muitos anos, em Portugal. A partir de aí, o uso de louça de porcelana generalizou-se.
  • MúsicaDo séquito que levou de Portugal fazia parte uma orquestra de músicos portugueses e foi por sua mão que se ouviu a primeira ópera em Inglaterra.
  • MobiliárioCatarina também levou consigo alguns móveis, entre os quais preciosos contadores indo-portugueses que nunca tinham sido vistos em Inglaterra.
  • O nascimento do “Império Britânico”Como já se disse, o dote de Catarina foi grandioso pela quantia em dinheiro mas, muito mais importante para o futuro, por incluir a cidade de Tânger, no Norte de África e a ilha de Bombaim, na Índia. Traindo os Tratados que tinham assumido e com a desculpa de que o rei de Portugal era espanhol, os ingleses conseguiram, apesar do controle da Marinha Portuguesa, navegar até à Índia onde criaram um entreposto em Guzarate. Em 1670, depois de receber Bombaim dos portugueses, o rei Carlos II autorizou a Companhia das Índias Orientais a adquirir territórios. Nasceu, assim, o Império Britânico. Hoje, há pouca gente que saiba a importância que a rainha Catarina teve para os ingleses e o carinho que eles tiveram por ela. A sua popularidade estendeu-se até à América, onde um dos cinco bairros de Nova Iorque (Queens) foi batizado em sua homenagem.
  • Em 1998, a associação “Friends of Queen Catherina” fez uma coleta de fundos para lhe erguer uma estátua; não o conseguiu, devido à oposição de alguns movimentos cívicos que acusaram Catarina de ser uma das promotoras da escravidão. Mais uma vez, a ignorância venceu ! ...Autoria - Arnaldo Norton

sexta-feira, janeiro 17, 2014

Meu Ébano

Oiça "Meu Ébano" na voz da grande Alcione, apelidada de forma carinhosa de "Marron".
Alcione (1947) é uma cantora, instrumentista e compositora brasileira. No ano de 2003,  foi agraciada com Grammy Latino na categoria de melhor Álbum de samba. Recebeu da Academia Brasileira de Letras o Prémio de Melhor Cantora Popular.  Foi homenageada pela Escola de Samba Unidos da Ponte  (Rio de Janeiro), com o enredo Marrom da Cor do Samba. Ao longo de sua carreira, foi premiada com 21 discos de ouro, cinco de platina e um duplo de platina. 
Meu Ébano

É!
Você um negão
De tirar o chapéu
Não posso dar mole
Senão você créu!
Me ganha na manha e baubau
Leva meu coração...

É!

Você é um ébano
Lábios de mel
Um príncipe negro
Feito a pincel
É só melanina
Cheirando à paixão...

É!

Será que eu caí
Na sua rede
Ainda não sei!
Sei não!
Mas tô achando
Que já dancei!
Na tentação da sua cor...

Pois é!

Me pego toda hora
Querendo te ver
Olhando pras estrelas
Pensando em você
Negão, eu tô com medo
Que isso seja amor....

Moleque levado
Sabor de pecado
Menino danado
Fiquei balançada
Confesso
Quase perco a fala
Com seu jeito
De me cortejar
Que nem mestre-sala...

Meu preto retinto
Malandro distinto
Será que é instinto
Mas quando te vejo
Enfeito meu beijo
Retoco o batom
A sensualidade
Da raça é um dom
É você, meu ébano
É tudo de bom!...
(repetir a letra)
. 

quinta-feira, janeiro 16, 2014

É Impossível que o Tempo Actual não Seja o Amanhecer doutra Era

Nil Catalano
"É impossível que o tempo actual não seja o amanhecer doutra era, onde os homens signifiquem apenas um instinto às ordens da primeira solicitação. Tudo quanto era coerência, dignidade, hombridade, respeito humano, foi-se. Os dois ou três casos pessoais que conheço do século passado, levam-me a concluir que era uma gente naturalmente cheia de limitações, mas digna, direita, capaz de repetir no fim da vida a palavra com que se comprometera no início dela. Além disso heróica nas suas dores, sofrendo-as ao mesmo tempo com a tristeza do animal e a grandeza da pessoa. Agora é esta ferocidade que se vê, esta coragem que não dá para deixar abrir um panarício ou parir um filho sem anestesia, esta tartufice, que a gente chega a perguntar que diferença haverá entre uma humanidade que é daqui, dali, de acolá, conforme a brisa, e uma colónia de bichos que sentem a humidade ou o cheiro do alimento de certo lado, e não têm mais nenhuma hesitação nem mais nenhum entrave".
Miguel Torga, in "Diário (1942)"

quarta-feira, janeiro 15, 2014

TUDO


Quando tudo
Tava quase
Nada mal
Meio samba
Meia-sola
 ... carnaval
Vi você
Na virada
No salseiro
Não sei se maio
 Junho ou fevereiro
Sei, é que gostei
..... do molejo
Do gingado
Perna grossa
Rebolado
Gostei do que tinha visto
E do que tinha imaginado
E mais que de repente
Tudo fica ardente
Abraço forte
Beijo quente
E um freqüente gosto
De quero mais
Eu que sempre dei nó
Em pingo d’água
No pesponto
Do babado
Acabei sendo amarrado.
Tom Reiss

terça-feira, janeiro 14, 2014

Cavernas de Mármore

Hoje proponho-lhe que conheça as cavernas de mármore do Lago General  Carrera ou Lago Buenos Aires. Este lago situa-se na Patagónia e é compartilhado por dois países: o Chile e a Argentina. Na Argentina é conhecido como Lago Buenos Aires, enquanto no Chile se denomina Lago General Carrera.
Este lago tem uma superfície de 1850 km², dos quais 970 km² estão em território chileno (região de Aisén) e os restantes 880 km² pertencem à província argentina Santa Cruz, tornando-o o maior do território chileno e o quarto da Argentina. Além disso, considerado em conjunto, é o segundo da América do Sul, sendo apenas menor que o Titicaca. O Lago General  Carrera ou Lago Buenos Aires é de origem glaciar e está rodeado pela cordilheira dos Andes, desaguando no Oceano Pacífico através do Rio Baker. O lago tem uma profundidade máxima de 590 metros e situa-se numa região com um clima frio e ventoso.  A temperatura média anual é de 9º C. A precipitação é abundante durante todo o ano, com uma média que varia de 600 mm a 4000 mm por ano.
As costas deste lago começaram a ser habitadas por população crioula e europeia entre 1900 e 1925. A base da economia da região é principalmente a pecuária (gado caprino). No entanto, o lago possui condições que permitem o desenvolvimento de actividades turísticas, como os desportos de aventura e os passeios pedestres em contacto com os encantos da natureza, não esquecendo as extraordinárias cavernas de mármore. 
E agora um vídeo sobre o mesmo assunto. 

segunda-feira, janeiro 13, 2014

Paula Rego

Paula Rego (1935) é uma famosa pintora portuguesa. É oriunda de uma família republicana e liberal com ligações às culturas inglesa e francesa. Desde cedo os professores  lhe reconheceram o talento para a pintura. Incentivada pelo pai a prosseguir o seu desenvolvimento artístico fora do Portugal Salazarista dos anos 50 partiu para Londres, onde estudou até 1956. Aí conheceu o pintor Victor Willing (1950-1999), com quem se casou em 1959. Entre 1959 e 1962 viveu na Ericeira. Numa ida a Londres, conheceu o pintor Jean Dubuffet, referência determinante na sua criação artística, usualmente definida como Arte Bruta.
Ao longo da década de 1960 assina exposições colectivas em Inglaterra e, em 1966, entusiasma a crítica ao expôr individualmente, na Galeria de Arte Moderna da Escola de Belas-Artes de Lisboa. Na década de 1970 radica-se em Londres. Torna-se bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian para fazer pesquisa sobre contos infantis, em 1975, e figura com onze obras na exposição Arte Portuguesa desde 1910 (1978), dominado pelas colagens.
Volta depois à pintura, retratando o mundo intimista e infantil. A obra literária de George Orwell inspira-a no painel "Muro dos Proles (1984)", com mais de seis metros de comprimento, onde estabelece um paralelismo com as figuras de Hieronymus Bosch. Dá uma viragem radical na sua obra com a série da menina e do cão. A figura feminina assume claramente a liderança na acção, enquanto o cão é subjugado e acarinhado.

Em 1987, Paula Rego assina com a galeria Marlborough Fine Art, o passo que faltava para a divulgação internacional. A morte do seu marido, é assinalada em obras como O Cadete e a Irmã, A Partida, A Família ou A Dança. A convite da National Gallery, em 1990, vai ocupar um ateliê no museu e pintar várias obras inspiradas na colecção. Desse período destaca-se Tempo – Passado e Presente (1990-1991).
Em 1994, realiza a série de pinturas a pastel intitulada Mulher Cão, que marca o início de um novo ciclo de mulheres simbólicas. Inaugura, a 18 de Setembro de 2009, a sua Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, que nasce com o intuito de acolher e promover a divulgação e estudo da sua obra, e cuja entidade responsável é a Fundação Paula Rego. Em Junho de 2010 recebeu da Rainha Isabel II a Ordem do Império Britânico com o grau de Oficial, pela sua contribuição para as artes.
A par de Maria Helena Vieira da Silva, Paula Rego é a pintora portuguesa mais aclamada a nível internacional, estando colocada entre os quatro maiores pintores vivos em Inglaterra. Em 2011 recebe o Doutoramento Honoris Causa da Universidade de Lisboa. Em Julho de 2012, apresenta uma série de pinturas novas, numa exposição em parceria com a artista Adriana Molder, inspirada na narrativa histórica de Alexandre Herculano e intitulada “A Dama Pé-de-Cabra”. Em Agosto de 2012 foi anunciada a vontade do Governo em encerrar a Fundação com o seu nome, com a oposição, entre outros, da Câmara Municipal de Cascais.

domingo, janeiro 12, 2014

Anaquim: As Vidas dos Outros

Anaquim é uma banda portuguesa formada em Coimbra, pelos músicos João Santiago, Luís Duarte, Pedro Ferreira, Filipe Ferreira e José Rebola, (letrista e compositor) que é o mentor deste projecto.
O nome surgiu de um dos heróis de infância de Rebola, Anakin Skywalker, da Guerra nas Estrelas.
O disco de estreia, "As Vidas dos Outros" foi lançado em 2010 e tem a participação de Ana Bacalhau, vocalista dos Deolinda na música "O Meu Coração".
Em termos musicais, o disco apresenta uma diversidade de estilos, desde a música portuguesa (Fausto, Sérgio Godinho e Zeca Afonso), passando pela música francesa, pela das tradições balcânicas e ainda pela música country. O intuito foi o de tocar nos temas actuais da sociedade, mas de forma ligeira.
Proponho-lhe que veja o vídeo dos Anaquim, com o tema "As Vidas dos Outros" que foi estreado pela Antena 3.