sábado, fevereiro 07, 2015

O Arroz Doce

Arroz Doce Com Ovos
O Arroz Doce é uma das sobremesas mais tradicionais da gastronomia portuguesa. Uma sobremesa fácil, rápida e económica que faz parte da infância da maioria dos portugueses.

É preparada com arroz (de preferência do tipo carolino), água (depende da região do país), sal, leite (meio-gordo ou gordo), casca de limão, canela em pau e em pó para polvilhar e açúcar. Na maior parte das receitas leva, também, gemas de ovos – visto que há genericamente duas formas de fazer o arroz doce: com gemas e sem gemas.

Outro dos regionalismos que diferencia o arroz doce em Portugal, é a sua forma de cozedura. Nuns locais o arroz é cozido só em leite, noutros abre-se primeiro em água (até à sua total evaporação) e só depois se lhe junta o leite.

Na Beira Alta, a tradição é fazer um arroz doce sem ovos, que se deixa na travessa de um dia para o outro e que tem a particularidade de se poder cortar com uma faca. Na Vila de Rua, Moimenta da Beira, faz-se o Arroz Doce de Cesto: Coloca-se o arroz, depois de confecionado com as gemas e ligeiramente arrefecido, num cesto de verga previamente forrado com uma toalha de linho.

Arroz Doce de Cesto
Em Coimbra era tradição a família da noiva participar o casamento às famílias amigas, oferecendo uma travessa de arroz doce branco (sem ovos) coberta por toalha de tecido de almalaguês, de produção artesanal. Passados uns dias, a travessa era devolvida com o presente de casamento.

Na região de Palmela é feito um arroz doce com leite de ovelha, o  que lhe confere um sabor diferente.

No Alentejo, o arroz doce é feito sem gemas . Mas adiciona-se-lhe um pouco de banha de porco, o que dá uma consistência muito cremosa ao doce. Já agora, é de referir, que noutros locais do país há, também, quem coloque manteiga (em vez de banha) no arroz doce.

Embora sendo uma receita típica do Natal, o Arroz Doce é uma sobremesa que pode ser servida em qualquer altura do ano. E que faz parte de almoços de família, lanches, aniversários, casamentos, baptizados, festas e romarias.

Arroz Doce Branco
O Arroz Doce terá origem turca ou árabe, com expressões singulares em vários países europeus. Em Espanha, o arroz com leche,  terá surgido como aproveitamento das sobras de arroz cozido e, por isso, é diferente do nosso.

Em Portugal existem registos da sua confeção desde o século VI A.C., aquando das invasões mouras. Nesta época, o arroz era só cozido em leite com melaço. A substituição deste ingrediente pelo açúcar terá ocorrido com a chegada da cana-de-açúcar, séculos mais tarde. De qualquer modo, a primeira citação do arroz doce em receituário português, encontra-se no livro de receitas da Infanta D. Maria (1538-1577).

A popularidade que o arroz doce atingiu, desde cedo, por cá, fez com que a nossa receita também passasse a ser conhecida além-fronteiras, através de famílias portuguesas que a levaram, por exemplo, para o Brasil, entre 1769 e 1779.

 

sexta-feira, fevereiro 06, 2015

O Corpo Humano

O corpo humano é a estrutura total e material do organismo humano. A anatomia é o ramo da biologia que estuda a estrutura e a organização dos seres vivos, tanto externa quanto internamente.
A anatomia humana estuda, por isso, as grandes estruturas e sistemas do corpo humano. Já a fisiologia é o ramo da biologia que estuda as múltiplas funções mecânicas, físicas e bioquímicas do corpo humano.
O corpo humano é uma máquina biológica complexa, cujo funcionamento e constituição, é quase inteiramente idêntico ao funcionamento e constituição dos corpos de outras espécies de animais, particularmente aquelas que estão mais próximos do Homem.
Se quiser conhecer melhor o corpo humano veja, com atenção, a excelente apresentação que se segue. É muito completa e acessível para não especialistas.

quinta-feira, fevereiro 05, 2015

Ai, Que Saudade D'ocê

"Ai, Que Saudade D'Ocê" é uma canção, composta em 1982 pelo músico brasileiro (Paraíba) Vital Farias. Esta canção tornou-se o seu maior sucesso, tendo sido regravada por vários artistas, especialmente pelos grandes expoentes da música nordestina, como Elba Ramalho e Fagner, e mais recentemente Zeca Baleiro e Lucy Alves.
Oiça, então Zeca Baleiro em "Ai, Que Saudade D'ocê."
Não se admire se um dia,
um beija flor invadir
A porta da tua casa,
te der um beijo e partir
Foi eu que mandei o beijo
que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo,
ai que saudade d'ocê
Se um dia ocê se lembrar,
escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio,
com frases dizendo assim
Faz tempo que eu não te vejo,
quero matar meu desejo
Lhe mando um monte de beijo
ai que saudade sem fim
E se quiser recordar
aquele nosso namoro,
quando eu ia viajar
Você caía no choro,
eu chorando pela estrada,
mas o que eu posso fazer
trabalha é minha sina
eu gosto mesmo é d'ocê.

quarta-feira, fevereiro 04, 2015

O Meu Irmão

"O Meu Irmão", de Afonso Reis Cabral, é o romance vencedor do Prémio LeYa de 2014. 
Afonso Reis Cabral é um jovem escritor (24 anos) português, trineto de Eça de Queirós.
Sinopse:
"Com a morte dos pais, é preciso decidir com quem fica Miguel, o filho de 40 anos que nasceu com síndrome de Down. É então que o irmão – um professor universitário divorciado e misantropo – surpreende (e até certo ponto alivia) a família, chamando a si a grande responsabilidade. Tem apenas mais um ano do que Miguel, e a recordação do afecto e da cumplicidade que ambos partilharam na infância leva-o a acreditar que a nova situação acabará por resgatá-lo da aridez em que se transformou a sua vida e redimi-lo da culpa por tantos anos de afastamento. Porém, a chegada de Miguel traz problemas inesperados – e o maior de todos chama-se Luciana. Numa casa de família, situada numa aldeia isolada do interior de Portugal, o leitor assistirá à rememoração da vida em comum destes dois irmãos, incluindo o estranho episódio que ameaçou de forma dramática o seu relacionamento.
"O Meu Irmão",  é um romance notável e de grande maturidade literária que, tratando o tema sensível da deficiência, nunca cede ao sentimentalismo, oferecendo-nos um retrato social objectivo e muitas vezes até impiedoso".

terça-feira, fevereiro 03, 2015

A caverna mais profunda do mundo

Krubera-Voronya é a caverna conhecida, mais profunda do mundo.
Situa-se na Abecásia, a 15 Km do mar Negro, e a sua entrada fica a 2.240 metros de altitude.  Está localizada no maciço de Arabika, na região do Cáucaso, numa zona de difícil acesso.
Esta gruta foi descoberta em 1963 por uma equipa de espeleólogos georgianos, que baptizaram a caverna com o nome de Krubera-Voronya,  porém naquele momento, só a exploraram até aos 57 metros de profundidade.
Foi preciso mais uma série de expedições para que o homem pudesse chegar a lugares cada vez mais isolados e obscuros dentro da caverna.
Foi somente em 2001 que esta formação recebeu o título de caverna natural mais profunda do mundo após uma expedição efectuada pela Associação Ucraniana de Espeleologia.
Veja um salto de paraquedas na caverna mais profunda do mundo, Krubera Voronya, clicando aqui .  Se, entretanto, quiser ficar a conhecer melhor este lugar extraordinário, basta ver, com atenção, o vídeo que se segue.

segunda-feira, fevereiro 02, 2015

A Abecásia

A Abecásia é uma região pobre situada no Cáucaso que conta cerca de 240 mil habitantes e tem na Rússia uma aliada.
A Abecásia é uma república autónoma de jure, cuja capital é Sukhumi,  localizada no norte da Geórgia, tendo lutado pela sua independência relativamente a este país. Declarou-a após a guerra civil que ocorreu entre 1992-1993. Esta arruinou a economia local e matou milhares de civis. Permanece em grande medida independente da Geórgia e mantém controle sobre grande parte do seu território, embora não seja reconhecida internacionalmente.
Toda a região da Abecásia fez parte da União Soviética até 1991.Como a União Soviética começou a desintegrar-se no final da década de 1980, cresceram as tensões étnicas entre os abecásios e os georgianos, devido ao surgimento de movimentos que lutavam pela independência da Geórgia. Isto conduziu à guerra de 1992-1993 na Abecásia.  O resultado desta guerra traduziu-se numa derrota militar georgiana, na independência de facto da Abecásia e na fuga em massa e limpeza étnica da população georgiana na Abecásia.
Apesar do acordo de cessar-fogo de 1994, e anos de negociações, a disputa de status não foi resolvida, e apesar da presença a longo prazo de uma força de acompanhamento das Nações Unidas e de uma operação de paz da CEI coordenada pela Rússia, o conflito voltou a deflagrar em vários ocasiões.
Em agosto de 2008, os dois lados enfrentaram-se, novamente, durante a guerra na Ossétia do Sul, o que foi seguido pelo reconhecimento formal da Abecásia pela Rússia, a anulação do acordo de cessar-fogo de 1994 e o término das missões da ONU e da CEI.
Todos os dias, a fronteira entre a Abecásia e a Rússia é atravessada por uma população que tenta vender em território russo os produtos produzidos em terras abkhazes.

domingo, fevereiro 01, 2015

OS VERSOS QUE TE DOU

Ouve estes versos que te dou, eu
 os fiz hoje que sinto o coração contente
 enquanto teu amor for meu somente,
 eu farei versos...e serei feliz...

 E hei de fazê-los pela vida afora,
 versos de sonho e de amor, e hei  depois
 relembrar o passado de nós dois...
 esse passado que começa agora...

 Estes versos repletos de ternura são
 versos meus, mas que são teus, também...
 Sozinha, hás de escutá-los sem ninguém que
 possa perturbar vossa ventura...

 Quando o tempo branquear os teus cabelos
 hás de um dia mais tarde, revivê-los nas
 lembranças que a vida não desfez...

 E ao lê-los...com saudade em tua dor...
 hás de rever, chorando, o nosso amor,
 hás de lembrar, também, de quem os fez...

 Se nesse tempo eu já tiver partido e
 outros versos quiseres, teu pedido deixa
 ao lado da cruz para onde eu vou...

 Quando lá novamente, então tu fores,
 pode colher do chão todas as flores, pois
 são os versos de amor que ainda te dou.
 J. G. de Araújo Jorge - "Meu céu interior",  Rio de Janeiro, 1934.