sábado, abril 02, 2016

O Vale Europeu

O Vale Europeu localiza-se no Vale do Itajaí, no estado de Santa Catarina. Quem o visita tem a sensação de estar noutro país e não no Brasil. O Vale Europeu é uma região com fortes características dos colonizadores alemães, italianos, austríacos, polacos e portugueses. Assim, a arquitetura, a culinária, os costumes e as suas gentes, lembra a Europa, mais precisamente a Alemanha, país de onde vieram no século XIX a maioria dos seus colonizadores. Neste Vale existem mais de 520 mil habitantes detendo um dos melhores padrões de qualidade de vida do Brasil.
A região oferece diversas atrações que variam da arquitetura típica, aos dialetos que ainda podem ser escutados em alguns lugares. Esta região é muito famosa, também, por organizar uma das festas mais conhecidas do país, a Oktoberfest de Blumenau.
Vale a pena viajar pelas estradas que interligam as cidades do Vale Europeu. Em diversos pontos as estradas são cortadas por rios, cascatas, moinhos, capelas, engenhos e paisagens rurais.
Além das suas tradições o Vale Europeu, destaca-se pela pujança da sua economia, pois é uma das regiões mais ricas não só de Santa Catarina, mas também do Brasil, e pelas lindas belezas naturais, que dão aos amantes do ecoturismo uma variedade enorme de opções: montanhas, cachoeiras, cavernas (não deixe de visitar a caverna de Botuverá, a maior do Sul do Brasil e uma das mais belas do país), rios caudalosos e percursos ecológicos, entre outros.
Nesta região existe, portanto, a hipótese de praticar diversos tipo de turismo: o Cicloturismo, o Turismo Religioso com a Rota da Fé (o Santuário de Santa Paulina - primeira santa brasileira - em Nova Trento e o Vale de Azambuja em Brusque); o Turismo Desportivo (os morros, vales, cachoeiras e rios desta região são um convite para prática de desportos como o trekking, o rapel, o mountain bike e o parapente); o Turismo de Aventura (com os rápidos do rio Itajaí e dos seus afluentes que estão entre os melhores do Brasil para a prática de rafting).
Aprecie agora dois vídeos sobre o Vale Europeu em Santa Catarina. Valem bem a pena.
Agora ainda outro vídeo sobre esta região.

sexta-feira, abril 01, 2016

Conceição

Cauby Peixoto (1931) é um cantor brasileiro que ficou marcado pela sua voz, caracterizada pelo timbre grave e aveludado, mas principalmente pelo seu estilo "dândi". Este estilo inclui figurinos e penteados excêntricos.
Cauby (conhecido no meio artístico como Professor) está em atividade desde o final da década de 1940.  Proveniente de uma família de músicos, o pai (conhecido como Cadete) tocava violão, a mãe bandolim, os irmãos eram instrumentistas, as irmãs cantoras e o tio pianista.  Cauby é sobrinho do famoso Nonô (Romualdo Peixoto), grande pianista, que popularizou o samba naquele instrumento.
Oiça-o aqui na música "Conceição" (1956), uma composição de Jair Amorim e Dunga, que se tornou um grande sucesso e que faz parte da discografia do Cauby Peixoto.

Conceição
Eu me lembro muito bem
Vivia no morro a sonhar
Com coisas que o morro não tem

Foi então
Que lá em cima apareceu
Alguém que lhe disse a sorrir
Que, descendo à cidade, ela iria subir

Se subiu
Ninguém sabe, ninguém viu
Pois hoje o seu nome mudou
E estranhos caminhos pisou

Só eu sei
Que tentando a subida desceu
E agora daria um milhão
Para ser outra vez Conceição

Conceição
Eu me lembro muito bem
Vivia no morro a sonhar
Com coisas que o morro não tem

Foi então
Que lá em cima apareceu
Alguém que lhe disse a sorrir
Que descendo à cidade ela iria subir

Se subiu
Ninguém sabe, ninguém viu,
Pois hoje seu nome mudou
E estranhos caminhos pisou

Só eu sei
Que tentando a subida desceu
E agora daria um milhão
Para ser outra vez Conceição.

quinta-feira, março 31, 2016

Imagem

Este é o poema duma macieira.
Quem quiser lê-lo,
Quem quiser vê-lo,
Venha olhá-lo daqui a tarde inteira.

Floriu assim pela primeira vez.
Deu-lhe um sol de noivado,
E toda a virgindade se desfez
Neste lirismo fecundado.

São dois braços abertos de brancura;
Mas em redor
Não há coisa mais pura,
Nem promessa maior.
Miguel Torga - Vila Nova, 4 de Abril de 1936

terça-feira, março 29, 2016

A cidade menos povoada do mundo

A cidade do Vaticano é a menos povoada do mundo
A Cidade do Vaticano, com uma população de 842 habitantes, ganhou o título de cidade menos povoada.
A cidade do Vaticano é uma cidade-estado e é por isso, oficialmente, o menor Estado do mundo.

segunda-feira, março 28, 2016

A Páscoa na Madeira

A Páscoa no arquipélago da Madeira vive-se com muita intensidade e diferencia-se em termos culturais e gastronómicos do restante país.
A ementa da Páscoa nas ilhas da Madeira e do Porto Santo, apresenta iguarias saborosas e muito variadas.
Na Sexta-feira Santa, os madeirensem evitam comer carne e os pratos mais tradicionais deste dia são: o bacalhau assado, os filetes de peixe-espada preto ou de atum ou o atum de escabeche, acompanhado de salada, inhame, feijão e batatas.
No Domingo de Páscoa volta-se a comer carne e os pratos mais tradicionais das ilhas da Madeira e do Porto Santo e que são muito apreciados nesta quadra são: o cabrito guisado com vinho e canela à maneira da Ponta do Sol, servido com semilhas (batatas) cozidas e legumes.
A carne santa do Porto Moniz, o cabrito assado do Funchal ou o borrego assado são também outros pratos típicos desta quadra.
A Páscoa neste arquipélago apresenta também uma rica e deliciosa doçaria. Os tradicionais torrões de açúcar constituem uma das principais imagens da doçaria madeirense na quadra da Páscoa.
Estes torrões podem apresentar diversas tonalidades, bastando para isso variar a fruta que se vai utilizar.
Na doçaria também se confeccionam os deliciosos bolos ou doces de amêndoas, o pudim de ovos, o pão-de-ló de São Vicente e do Porto Santo ou o bolo doce, iguaria tradicional da Ponta do Sol, feito de erva-doce.
Entretanto, aqui fica uma receita, pescada na net, de Torrões de Açúcar.
Ingredientes:
1 kg de açúcar
1/2 l de leite;
125 g de manteiga;
 2 colheres de chocolate em pó;
Frutas secas nomeadamente nozes e cidra;
1 chávena de côco
Preparação:
Junte ao leite o açúcar com metade da manteiga e leve a ferver mexendo sempre. Junte depois o côco com o resto da manteiga e as frutas moídas.
Ao invés do chocolate, as cores podem ser conseguidas com polpa de fruta, nomeadamente de pitanga, morango, maracujá, laranja e miolo de amêndoa.

domingo, março 27, 2016

O Cabrito Estonado

Com votos de um bom Domingo de Páscoa aqui fica uma receita, de um prato pouco conhecido, mas muito antigo, da nossa gastronomia: O Cabrito Estonado.
Das origens deste delicioso prato ouvem-se muitas histórias que, através de relatos e experiências, vão sendo passadas de geração em geração e que pode conferir aqui.

Esta é uma forma tradicional e muito original de assar o cabrito, típica de Oleiros (região Centro do nosso país), que hoje já poucos fazem (em casa) ou sabem fazer, mas que tem direito a um festival gastronómico.
Este cabrito tem a particularidade de não ser esfolado, mas sim estonado. Ou seja, após ter sido abatido, é escaldado em água a ferver e depois retiram-se-lhe os pêlos, deixando a pele totalmente limpa e lisa. Diz-se estonado porque se lhe extrai o que está à tona, à superfície.
Mantendo a pele, que fica estaladiça, o cabrito não perde gordura, ganhando a sua carne em suculência e sabor.

Ingredientes: 
um cabrito (até um mês e meio),
banha q.b.
colorau  q.b.
dentes de alho  q.b.
pimenta preta  q.b.
presunto  q.b.
sal  q.b.
vinho branco  q.b.

Preparação:
O cabrito deve ter até mês e meio. Morto o cabrito estona-se, isto é: mete-se o cabrito pouco a pouco em água a ferver e tira-se-lhe o pelo à medida que vai sendo escaldado. Tem de se ter cuidado para não se rasgar a pele. Depois de estar estonado, retiram-se as tripas e as vísceras ao cabrito. Lava-se muito bem lavado, ficando a escorrer de um dia para o outro.

No outro dia barra-se o cabrito com pasta feita com o alho, pimenta, sal e vinho branco. Migam-se os miúdos do cabrito, junta-se o presunto também bem migado, a salsa e o louro. Estes bocadinhos fazem um recheio ao qual se junta a um pouco da pasta que o barrou e mete-se na barriga do cabrito, sendo a abertura cozida com agulha e linha. Fica, asim, três ou quatro horas. Barra-se o cabrito com a banha e coloca-se nos paus de loureiro que estão na assadeira de barro a fazer de grade. De vez em quando rega-se com vinho, e quando estiver tostado de um lado, vira-se para assar do outro.
Acompanha com batatas assadas no forno, esparregado de nabiças um arroz de cabidela dos miúdos do cabrito e rodelas de laranja.

Já agora... passe também os olhos por este vídeo. :)