segunda-feira, dezembro 31, 2018

Adeus Ano Velho, Feliz Ano Novo

Adeus, ano velho!
Feliz ano novo!
Que tudo se realize
No ano que vai nascer!
Muito dinheiro no bolso,
Saúde pra dar e vender!
Para os solteiros, sorte no amor
Nenhuma esperança perdida
Para os casados, nenhuma briga
Paz e sossego na vida

Ano Novo

 
Meia noite. Fim
de um ano, início
de outro. Olho o céu:
nenhum indício.

Olho o céu:
o abismo vence o
olhar. O mesmo
espantoso silêncio
da Via-Láctea feito
um ectoplasma
sobre a minha cabeça:
nada ali indica
que um ano novo começa.

E não começa
nem no céu nem no chão
do planeta:
começa no coração.

Começa como a esperança
de vida melhor
que entre os astros
não se escuta
nem se vê
nem pode haver:
que isso é coisa de homem
esse bicho
estelar
que sonha
(e luta)
Ferreira Gullar

domingo, dezembro 30, 2018

Uma vez mais se constrói



Uma vez mais se constrói
a aérea casa da esperança
nela reluzem alfaias
de sonho e de amor: aliança.
Carlos Drummond de Andrade - (Dezembro de 1973 - Poemas de Dezembro)

sábado, dezembro 29, 2018

Running Away

Oiça Bob Marley em Running Away (ao vivo no Festival da Unidade de Amandla em 1979).
[Chorus]
You running and you running
And you running away
But you can't run away from yourself

[Verse 1]
You must have done (must have done)
Something wrong (something wrong)
Said: you must have done (must have done)
Wo! Something wrong (something wrong)
Why you can't find the
Place where you belong?

[Verse 2]
Every man thinking his
Burden is the heaviest (heaviest)
Every man thinking his
Burden is the heaviest (heaviest)
You still mean it: Who feels it knows it, Lord
Who feels it knows it, Lord
Who feels it knows it, Lord
Who feels it knows it, Lord

[Chorus]

Yeah-eah-eah-eah - from yourself

[Verse 3]
Brr - you must have done something
Something - something - something
Something you don't want nobody to know about
You must have, Lord - something wrong
What you must have done - you must have done something wrong
Why you can't find where you belong?

[Verse 4]
Well, well, well, well, ya running away, heh, no -
You running away, ooh, no, no, no
I am not (running away), no, don't say that - don't say that
Because (running away) I am not running away, ooh! (running away)
I have got to protect my life, (running away)
And I don't want to live with no strife. (running away)
It is better to live on the housetop (running away)
Than to live in a house full of confusion. (running away)
So, I made my decision and I left you (running away)
Now you coming to tell me (running away)
That I'm running away (running away)
But it's not true (running away)
I am not running away (running away)

sexta-feira, dezembro 28, 2018

Camaradas e Camarados

Não deixe de ler a crónica de David Martelo (22 de Novembro de 2018) que me chegou via email.
Não perca. Olhe que vale mesmo a pena.

"Durante a Convenção do Bloco de Esquerda, o deputado Pedro Filipe Soares iniciou a sua
intervenção com o seguinte vocativo: “Camaradas e Camarados”. A expressão causou algum
espanto e não poucos sorrisos, mas não demorou muito tempo a percebermos que, para além de
se não tratar de um lapso, estávamos no limiar de um novo cenário civilizacional. Em artigo
publicado no jornal Público de 20 de Novembro, Pedro Filipe Soares justifica a originalidade
da expressão argumentando que “o modelo patriarcal e machista de sociedade modela os
idiomas”.
Depois das consolidadas críticas ao “politicamente correcto”, está aberta a caça ao
“gramaticalmente correcto”.
Habituados aos termos camarada e camaradagem, é altura de os militares se irem preparando
para as necessárias mudanças no dispositivo.
Assim – começando pelo princípio – passará a haver recrutas e recrutos, soldados e soldadas.
Não se riam!
Na instrução, as recrutas armar-se-ão de espingarda e os recrutos de espingardo. A primeira
poderá ter baioneta calada e o segundo baioneto calado. Elas terão uma mochila e eles um
mochilo. Eles segurarão os calços com um cinto e elas segurarão as calças com uma cinta. Na
cabeça usarão boina ou boino.
Quando forem para o campo, os recrutos montarão bivaco e as recrutas montarão bivaca. No
quartel, as recrutas dormirão numa caserna e os recrutos num caserno. Eles irão comer ao
refeitório e elas à refeitória.
Para começar o dia, haverá dois toques: o de alvorada e o de alvorado. Há noite, do mesmo
modo, haverá toque de silêncio e de silência.
Nas patentes, também haverá identificação do género: caba/cabo; sargenta/sargento;
tenenta/tenento; capitoa/capitão; majora/major; coronela/coronel, etc. Nas unidades haverá um
comandante ou comandanta; o primeiro deve ser competente e inteligente e a segunda
competenta e inteligenta.
Se se portarem bem, as recrutas poderão ir de licença e os recrutos de licenço.
No final da instrução, haverá juramenta de bandeira e juramento de bandeiro. Todos desfilarão
garbosamente, eles com o passo certo e elas com a passa certa.
Uff!"
David Martelo 

quinta-feira, dezembro 27, 2018

O Palácio da Pena: Visita Guiada

O Palácio da Pena, na Serra de Sintra, é um palácio singular, com a sua mistura tão inesperada de estilos. Representa uma das principais expressões do Romantismo arquitectónico do século XIX no mundo, constituindo-se no primeiro palácio nesse estilo na Europa, erguido cerca de 30 anos antes do Castelo de Neuschwanstein, na Baviera.
D. Fernando II, marido da rainha D. Maria II, tinha 19 anos quando chegou a Portugal. Jovem estrangeiro, casado com uma rainha adolescente cuja coroa lhe assentara na cabeça após uma guerra civil, D. Fernando II precisava de afirmar ao povo e elites portuguesas que conhecia, amava e era digno da sua História. E é a História da nação portuguesa que se celebra em cada aspeto deste palácio. Do reinado de D. Manuel I, o Venturoso, à fase da ocupação árabe da Península Ibérica, passando pela experiência indiana que saiu da Epopeia dos Descobrimentos - tudo isto foi materializado na arquitetura e artes decorativas deste conjunto monumental. Embora não o pareça, o Palácio da Pena é composto por dois edifícios "cosidos" por fora: um mosteiro do início do séc. XVI e um palácio contíguo, construído de raiz em meados do séc. XIX a mando de D. Fernando II.
Uma Visita Guiada emocionante pelas mãos do director do Palácio da Pena, António Nunes Pereira e de Paula Moura Pinheiro.

quarta-feira, dezembro 26, 2018

Vi o Menino Jesus

Oiça a fadista portuguesa, Amália Rodrigues em "Vi o Menino Jesus".
Vi o Menino Jesus / Que bonito que ele vinha
Trazia estrelas de luz / Ou eram brincos que tinha

Cabelos de seda tinha / Deu-lhos Nossa Senhora
Com pézinhos de andorinha / Andava pelo céu fora

Nossa Senhora
Meu roseiral
Enchei de rosas
Este Natal

Dois passarinhos azuis / Nos seus olhos lhe vi eu
Voando descendo à terra / Cantando voando ao céu

Lá vai uma lá vão duas / Três estrelinhas brilhando
Anda o Menino Jesus / À roda delas brincando

Vi o Menino Jesus / Seus olhos são estrelinhas
Suas mãos sinal da cruz / Seus pézinhos, andorinhas

Andam as nuvens ligeiras / E as estrelas no céu
A dizer umas às outras / O meu menino é meu
Amália Rodriues/ Carlos Gonçalves - Repertório de Amália

terça-feira, dezembro 25, 2018

A Borboleta Azul




Proponho-lhe que oiça A Borboleta Azul, uma história verídica de um natal inesquecível...
A narração é de Abel Jaques, programa Saladão (Rádio 106.1 FM). 



Ora oiça. Vale mesmo a pena.

Natal (1974)

Soa a palavra nos sinos,
E que tropel nos sentidos,
Que vendaval de emoções!
Natal de quantos meninos
Em nudez foram paridos
Num presépio de ilusões.

Natal da fraternidade
Solenemente jurada
Num contraponto em surdina.
A imagem da humanidade
Terrenamente nevada
Dum halo de luz divina.

Natal do que prometeu,
Só bonito na lembrança.
Natal que aos poucos morreu
No coração da criança,
Porque a vida aconteceu
Sem nenhuma semelhança.
Miguel Torga

segunda-feira, dezembro 24, 2018

Noite de Natal

Oiça o fadista português Carlos Ramos em "Noite de Natal".
Celebrando o Natal, tempo de Fé e de Impossíveis, aqui lhe deixo uma belíssima letra de João de Freitas, no melhor estilo do fado descritivo, vestida a rigor com a música de Miguel Ramos e interpretada pela voz única de Carlos Ramos.

É noite de Natal e um rapazinho
Com um retrato na mão, cheio de fé
Vai a medo, para o pôr no sapatinho
Que antes a avó lhe pôz na chaminé

Chorando, diz assim esse bambino
Tu que nesta noite fazes bem
Vou pedir-te um favor, lindo menino
Que cuides lá no céu, de minha mãe

Por isso aqui te deixo o seu retrato
Para que a possas encontrar no céu
Se queres, leva também o meu sapato
E diz-lhe que não esqueço o rosto seu

É quase meia-noite, hora de luz
Tu que aos meninos, prendas trazer vens
A melhor prenda p’ra mim, meu Bom Jesus
Era dares-me a mãezinha que lá tens
João de Freitas / Miguel Ramos *fado alberto* - Repertório de Carlos Ramos

Presépio do Mundo

Foto de Catedral Metropolitana, cortesia do TripAdvisor
Acenda-se de novo o Presépio do Mundo!
Acenda-se Jesus nos olhos dos meninos!
Como quem na corrida entrega o testemunho,
passo agora o Natal para as mãos dos meus filhos.

E a corrida que siga, o facho não se apague!
Eu aperto no peito uma rosa de cinza.
Dai-me o brando calor da vossa ingenuidade,
para sentir no peito a rosa florida!

Filhos, as vossas mãos! E a solidão estremece,
como a casca do ovo ao latejar-lhe vida...
Mas a noite infinita enfrenta a vida breve:
dentro de mim não sei qual é que se eterniza.

Extinga-se o rumor, dissipem-se os fantasmas!
Ó calor destas mãos nos meus dedos tão frios!
Acende-se de novo o Presépio nas almas.
Acende-se Jesus nos olhos dos meus filhos.
David Mourão-Ferreira

domingo, dezembro 23, 2018

A Ilha do Natal

 A Ilha Christmas ou Ilha do Natal, é o nome oficial de um dos territórios externos da Austrália.
A capital desta pequena ilha, de cerca de 135 km², é Flying Fish Cove, conhecida como The Settlement. Tinha cerca de 1402 habitantes em 2007.
A Ilha Christmas situa-se no Oceano Índico, a 2500 km a nordeste de Perth, Austrália e a 380 km ao sul de Java, Indonésia.
Esta ilha é montanhosa, formada por erupções basálticas no passado, originando um planalto central que atinge o ponto mais alto com 361 m em Murray Hill.
Visitada por navegantes malaios desde tempos remotos, foi incluída nos mapas dos navegadores ingleses e holandeses no início do século XVII.
O atual nome terá sido dado por William Mynors da East India Ship Company, que aí aportou no dia de Natal de 1643.
A Ilha Christmas esteve desabitada até 1890, data em que uma população constituída por chineses e malaios foi para ali conduzida, com o objecivo de explorar as minas de fosfato. A ilha, que dependia da colónia britânica de Singapura, foi transferida para a Austrália em 1 de outubro de 1958. A partir de 1981, os residentes foram considerados aptos a adquirir a cidadania australiana. Em 1984, o governo da Austrália estendeu à ilha benefícios de segurança social, saúde e educação e outorgou direitos políticos aos novos cidadãos.
Em 1991, foram efetuados investimentos para desenvolver o potencial turístico da ilha. Hoje dois terços da ilha foram declarados como Parque Nacional. O parque é lar de muitas espécies de animais e plantas, incluindo o caranguejo-vermelho da ilha Natal, cuja migração anual leva 50 milhões de indivíduos para o mar, onde desovam., como pode ver no vídeo abaixo.
No início da estação das chuvas (que normalmente é de outubro a novembro), mais de 50 milhões caranguejos adultos, de repente começam a migração da floresta para a costa para se reproduzir. A migração é normalmente sincronizada em toda a ilha. Os caranguejos levam cerca de cinco a sete dias para chegar ao mar.

sábado, dezembro 22, 2018

Natal (1982)



Solstício de inverno.
Aqui estou novamente a festejá-lo
À fogueira dos meus antepassados
Das cavernas.
Neva-me na lembrança,
E sonho a primavera
Florida nos sentidos.
Consciente da fera
Que nesses tempos idos
Também era,
Imagino um segundo nascimento
Sobrenatural
Da minha humanidade.
Na humildade
Dum presépio ideal,
Emblematizo essa virtualidade.
E chamo-lhe Natal.
Miguel Torga

sexta-feira, dezembro 21, 2018

O Capão de Natal


Natal é tradição.
Em Freamunde, Terras do Sousa, a tradição da ementa da ceia de Natal é o Capão.

A compra e escolha de um bom capão faz‑se sobretudo na Feira dos Capões em Freamunde, que se realiza todos os anos no dia 13 de dezembro, dia de Santa Luzia. Esta feira foi oficialmente instituída por D. João V em 1719.


Na Idade Média o capão já era considerado iguaria digna de ir à mesa do rei, como tal sendo
referida por historiadores, cronistas e outros autores como D. Francisco Manuel de Melo e Gil Vicente.

Mas, a origem desta prática remonta ao tempo dos romanos que, no ano de 162 a.C., terão proibido o consumo de carne de galinha, para pouparem nos cereais em grão.
Os criadores de aves descobriram que, após a castração, os galos duplicavam de peso,
possibilitando a diminuição do consumo de cereais.

• Fonte: "Capão Recheado", do livro: Festas e Comeres do Povo Português , Editorial VerboPaula Matos dos Santos - Receitas e Sabores dos Territórios Rurais, 2013
Se quiser experimentar este prato tradicional da ceia de Natal, aqui lhe deixo esta receita:

Ingredientes :
2 capões
1 dente de alho
pimenta
sal
2 colheres de sopa de manteiga
1 copo de vinho branco

Para o recheio:
os miúdos dos capões
1 cebola média
2 colheres de sopa de manteiga
200 g de presunto
100 g de miolo de pão de trigo de primeira (molete)
1,5 dl de caldo de galinha
2 ovos
sal
pimenta
noz-moscada

Preparação:
Depois de depenados e esvaziados de vísceras, lavam-se os capões rapidamente.
Enxugam-se bem e esfregam-se com o dente de alho aberto ao meio.
Temperam-se interior e exteriormente com sal e pimenta.
Deixam-se assim em local fresco, enquanto se prepara o recheio.
Pica-se finamente a cebola e estala-se apenas com a manteiga sem a deixar alourar.
Juntam-se os miúdos dos capões limpos e picados e o presunto também picado.
Deixam-se cozinhar, juntando pinguinhos de água até a carne dos miúdos se apresentar macia.
Fora do lume mistura-se este guisado com o miolo de pão previamente demolhado no caldo e liga-se tudo com os ovos.
Tempera-se com o sal necessário, pimenta e noz-moscada.
Divide-se o recheio pela cavidade abdominal dos dois capões, fecha-se a abertura com palitos de madeira, ou coze-se com agulha e linha.
Colocam-se os capões num tabuleiro, untam-se com manteiga e levam-se a assar em calor moderado até estarem louros.
Verifica-se a cozedura espetando a coxa.
O líquido que escorre não deve ser ensanguentado.
Ao mesmo tempo, podem-se assar-se batatas cortadas aos cubos embebendo-as bem no molho que se vai formando.
Outro bom acompanhamento é o puré de batata, que deve ser bem temperado com manteiga, pimenta e noz-moscada.
Resta-nos apenas perguntar: a perna ou o peito? De qualquer modo, lembramos ao leitor o ditado popular que diz que: «Do capão a perna, da galinha a titela (ou peituga).

*Nota:
No Norte, entre Douro-e-Minho, onde é muito apreciado e presença imprescindível,  nos grandes jantares da Quadra Natalícia assam-no da forma mais simples.
Um pouco de manteiga, uma ponta de alho, quando muito, o indispensáveis sal e pimenta e, já no final da assadura, um copo de vinho branco para lhe activar o sabor.
Em resumo, um capão cozinha-se como um frango de grande qualidade, embora se saiba que o supera sempre.

quinta-feira, dezembro 20, 2018

O Cometa do Natal

O Cometa de Natal, também conhecido como 46P/Wirtanen, fez uma das suas maiores aproximações à Terra em 16 de dezembro de 2018.
A NASA divulgou as fotos do Cometa do Natal que é o mais brilhante dos últimos 20 anos. Durante a passagem, o cometa esteve localizado na constelação de Touro, perto das Plêiades  e emitiu uma cor verde – comum em cometas como o Lovejoy e o Machhol – devido à nuvem brilhante de gás e poeira que envolve o cometa. A sua composição de cianogénio e carbono diatómico brilham na cor verde quando a nuvem é ionizada pela luz solar.
 O Cometa Verde de Natal passou a uma distância de 11,4 milhões de km da Terra - 30 vezes a distância da Lua.  Apesar de parecer uma grande distância, o cometa pôde ser visto a olho nu.
A cada cinco anos e meio, o cometa 46P completa a sua órbita, passando longe da Terra, na maioria das vezes. Mas este ano não foi isto que aconteceu. Este foi um dos cometas a passar mais próximo do nosso planeta em 70 anos e a décima maior aproximação à Terra.
Cometa de Natal foi descoberto em 1948 pelo astrónomo Carl WirtanenO 46P/Wirtanen tem uma largura de 1,1 kms e a sua órbita, de cinco anos e meio em cinco anos e meio, é considerada rápida para um cometa,  já que os de período longo costumam completar as suas órbitas em 200 anos ou mais. Fonte: Último Segundo

Se quiser ficar a saber um pouco mais sobre o assunto, assista aos dois vídeos que se seguem. 
Aqui vai o primeiro. Não perca!
E agora o segundo. Ora veja!

quarta-feira, dezembro 19, 2018

Alguns Símbolos de Natal

A Árvore de Natal
No mundo, milhões de famílias celebram o Natal em redor de uma árvore.
A árvore é o símbolo da vida, é uma tradição mais antiga do que o próprio Cristianismo e não é exclusiva de uma só religião.
Muito antes de existir o Natal, os egípcios levavam galhos verdes de palmeiras para dentro das suas casas no dia mais curto do ano, em dezembro, como símbolo do triunfo da vida sobre a morte.
Embora, os egípcios tenham criado uma das primeiras simbologias, a primeira referência a uma "Árvore de Natal" é do século XVI, quando, na Alemanha, famílias ricas e pobres decoravam árvores com papel colorido, frutas e doces.
Esta tradição espalhou-se pela Europa e chegou aos Estados Unidos através dos colonizadores alemães difundindo-se depois pelo resto do mundo.

A Coroa do Advento
É feita de ramos de pinheiro ou de cipreste. Sendo verde é sinal de esperança e vida. Enfeitada com fita vermelha,  simboliza o amor de Deus e também a manifestação do nosso amor, que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus.
Na coroa encontramos 4 velas, uma para cada domingo do advento. Começa-se no primeiro domingo, acendendo apenas uma vela e, à medida que vão passando os domingos, vamos acendendo as velas, até chegar ao quarto domingo quando todas devem estar acesas.

O Presépio
Foi introduzido por São Francisco de Assis no século XIII e consiste na representação em pintura ou escultura das pessoas, do local e do ambiente em que Jesus nasceu. O Presépio lembra-nos o nascimento do Menino-Deus.

As Estrelas
Os Reis Magos vindos do Oriente à procura de Jesus, foram guiados por uma estrela até Belém. A estrela de 4 pontas e uma cauda luminosa. As quatro pontas representam as 4 direções da terra: o Norte, o Sul, o Leste, o Oeste, de onde vêm os homens para adorar o Filho de Deus.

As Bengalas
São colocadas nas árvores de Natal e simbolizam os pastores de Belém, que visitaram o menino Jesus. Segundo a Bíblia, os pastores foram guiados até à manjedoura onde nasceu Jesus pelos cânticos dos anjos.

Os Anjos 
Representam o Anjo Gabriel, que anunciou o nascimento de Jesus. Também fazem referência à noite de natal, em que todos os anjos cantaram no céu celebrando o nascimento do filho de Deus.


As Bolas Coloridas 
Simbolizam os frutos da prosperidade na árvore de natal, como sentimento de desejo por esta fortuna.

terça-feira, dezembro 18, 2018

Pudim de Aletria

Um dos doces tradicionais do Natal, em quase todas as regiões do nosso país, é a aletria. Se quiser obter uma receita ou saber um pouco mais da história desta sobremesa portuguesa basta clicar aqui.
Entretanto, proponho-lhe que conheça ou faça, nesta quadra natalícia uma receita original que pesquei na net, ou melhor no blogue "Outra Comidas", e que é um Pudim de Aletria.
Aqui vai ela com votos de um Santo Natal:

Ingredientes:
125g de aletria (cerca de 7 meadas)
0,5l de água
0,75l de leite
Casca de 1 limão
250g de açúcar (+açúcar para caramelo)
6 ovos
Canela em pó

Preparação:
Caramelize açúcar na própria forma do pudim e pincele-o de modo a cobri-la por inteiro. Polvilhe canela sobre o caramelo.
Coza a aletria na água e, quando esta estiver quase toda absorvida, junte o leite e a casca de limão e deixe continuar a ferver, tapada e com lume muito brando.
Quando a massa estiver bem cozida, adicione o açúcar (a partir daqui a massa não coze mais), leve de novo a ferver por breves minutos e deixe arrefecer. Se notar que, ao arrefecer se torna demasiado espessa, junte mais um copo de leite frio.
Quando estiver apenas morna, junte então os ovos batidos, mexa e vaze na forma. Tape.
Leve ao forno médio (180ºC) em banho-maria por cerca de 30 minutos, ou a forno brando (150ºC), sem banho-maria, durante cerca de 40 minutos.
Guarde no frigorífico e desenforme no dia seguinte.
Sirva em fatias, regadas com o molho de caramelo que se forma.

segunda-feira, dezembro 17, 2018

Árvore de Natal

Oiça o fadista César Morgado  em "Árvore de Natal".

César Morgado (1931-1974) era serralheiro de profissão, e cantava o Fado como amador, até que foi contratado para a "Nau Catrineta" em Alfama e assim se profissionalizou.
A letra do fado Árvore de Natal é de Tito Rocha sobre a música do fado menor.

Aquela árvore despida
plas mãos do vendaval,
é a árvore do Natal
do que não tem guarida.

Dezembro noite medonha
a chuva cai de seguida,
tornando inda mais tristonha
aquela árvore despida.

Nem sequer uma só folha
resistiu ao temporal,
não houve excepção na escolha
plas mãos do vendaval

O trovão rebenta breve
amedrontando o casal,
e triste cheia de neve
é a árvore do Natal

Quem não tem casa nem mesa,
quantas vezes diz na vida,
não tem pena a natureza,
dos que não tem guarida.



domingo, dezembro 16, 2018

O Leite Creme

O leite-creme é uma das sobremesas mais populares do Minho, para não dizer de todo o país, com forte expressão nas famílias durante a quadra natalícia. É uma sobremesa confecionada à base de leite, ovos, açúcar, amido de milho ou farinha de trigo, casca de limão e um pau de canela.
A conjugação destes ingredientes deu origem a um doce simples, aveludado, com uma
crocante camada de açúcar queimado, que o tornam apetecível e sempre presente em
qualquer mesa portuguesa. Se quiser fazer esta sobremesa para o dia de Natal, aqui lhe deixo a receita.

Ingredientes:
1 l de leite gordo
200 g de açúcar
6 gemas
Casca de limão
1 pau de canela
30 g de amido de milho (maizena)

Preparação:
Aquece‑se o leite com o pau de canela e a casca de limão.
Juntam‑se, numa tigela, as gemas, o açúcar e o amido de milho (maizena).
Mexe‑se muito bem até ficar um creme sedoso, mas sem espuma.
Junta‑se o leite, aos poucos, mexendo sempre rapidamente de modo que o aquecimento seja gradual para que a gema coza lentamente, a fim de evitar a coagulação e para que o calor se distribua igualmente por toda a mistura.
Deve usar‑se um tacho de fundo espesso que permita uma melhor distribuição do calor.
Sobre lume brando e sempre a mexer, deixa‑se engrossar o creme mas tendo cuidado para que não ferva.
Deve retirar‑se do lume mal se veja que se forma uma camada espessa sobre a colher de pau, ou se observe que a colher deixa um trilho no fundo do tacho.
Serve‑se em travessa ou prato individual. No momento de ir para a mesa, já frio, polvilha‑se com uma camada de açúcar e queima‑se com ferro bem quente de modo a conseguir uma crosta caramelizada.
Fonte: Paula Matos dos Santos - Receitas e Sabores dos Territórios Rurais, 2013
Se acha que precisa ainda de uma ajuda suplementar, pode seguir no vídeo abaixo, uma outra forma de fazer este doce tradicional de Portugal.

sábado, dezembro 15, 2018

Todo Menino É Um Rei

Oiça o cantor brasileiro Diogo Nogueira em Todo Menino É Um Rei.


Todo menino é um rei
Eu também já fui rei
Mas quá!
Despertei!

Todo menino é um rei
Eu também já fui rei
Mas quá!
Despertei!

Por cima do mar da ilusão
Eu naveguei! Só em vão
Não encontrei
O amor que eu sonhei
Nos meus tempos de menino
Porém menino sonha demais
Menino sonha com coisas
Que a gente cresce e não vê jamais

Todo menino é um rei
Eu também já fui rei
Mas quá!
Despertei!

A vida que eu sonhei
no tempo que eu era só
Nada mais do que menino
Menino pensando só
No reino do amanhã
A deusa do amor maior
Nas caminhadas sem pedras
No rumo sem ter um nó
Roberto Ribeiro

quinta-feira, dezembro 13, 2018

Could You Be Loved

Oiça Bob Marley em Could You Be Loved.

Could you be loved and be loved?
Could you be loved and be loved?

Don't let them fool ya
Or even try to school ya! Oh, no!
We've got a mind of our own
So go to hell, if what you're thinking is not right!
Love would never leave us alone
A-yin the darkness there must come out to light

Could you be loved and be loved?
Could you be loved, wo now! - and be loved?

(The road of life is rocky and you may stumble too
So while you point your fingers someone else is judging you)
Love your brotherman!
(Could you be - could you be - could you be loved?
Could you be - could you be loved?
Could you be - could you be - could you be loved?
Could you be - could you be loved?)


Don't let them change ya, oh!
Or even rearrange ya! Oh, no!
We've got a life to live
They say: only - only
only the fittest of the fittest shall survive
Stay alive! Eh!

Could you be loved and be loved?
Could you be loved, wo now! - and be loved?

(You ain't gonna miss your water until your well runs dry
No matter how you treat him, the man will never be satisfied)
Say something! (Could you be - could you be - could you beloved?
Could you be - could you be loved?)
Say something! Say something!
(Could you be - could you be - could you be loved?)
Say something! (Could you be - could you be loved?)
Say something! Say something! (Say something!)
Say something! Say something! (Could you be loved?)
Say something! Say something! Reggae, reggae!
Say something! Rockers, rockers!
Say something! Reggae, reggae!
Say something! Rockers, rockers!
Say something! (Could you be loved?)
Say something! Uh!
Say something! Come on!
Say something! (Could you be - could you be - could you beloved?)
Say something! (Could you be - could you be loved?)
Say something! (Could you be - could you be - could you be loved?)
Say something! (Could you be - could you be loved?)

quarta-feira, dezembro 12, 2018

O Poder do Amor

Proponho-lhe que assista ao filme animado abaixo, que é um anúncio de Natal que fala acerca do poder do amor, de acreditarmos em nós próprios e na bondade dos outros.
Este anúncio natalício com o mote, "O que seria do Natal sem amor?", tornou-se viral nas redes sociais porque celebra a Diferença e o Amor.
A animação mostra como a diferença, mesmo quando muito evidente, pode sempre ser mitigada enquanto houver amor.
A personagem principal é um porco-espinho a tentar relacionar-se com outros animais. Porém, a diferença é recebida de uma forma inesperada… Ora veja!

terça-feira, dezembro 11, 2018

O Chalet da Condessa de Edla: Visita Guiada


Pelas mãos de Paula Moura Pinheiro faça uma Visita Guiada ao Chalet da Condessa de Edla, em Sintra (Portugal).

Encantador e único em toda a Europa, o Chalet da Condessa de Edla, no Parque da Pena, em Sintra, é muito menos conhecido que o respectivo Palácio. E contudo, este chalet conta-nos um episódio da vida portuguesa, escondido debaixo do tapete da historiografia oficial, que nos esclarece sobre a sociedade do séc. XIX em Portugal.

D. Fernando de Saxe-Coburgo, viúvo de D. Maria II, casa-se com uma americana cantora de ópera. O escândalo foi estrondoso. Este Chalet foi o refúgio do casal a quem devemos a exemplaridade do Parque da Pena e a notoriedade de artistas como Columbano Bordalo Pinheiro e Viana da Motta.

A historiadora Margarida Magalhães Ramalho, biógrafa da Condessa de Edla e Nuno Oliveira, director técnico do Património Natural da Parques de Sintra, são os guias desta visita.

segunda-feira, dezembro 10, 2018

A Declaração Universal dos Direitos Humanos

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um documento marco na história dos direitos humanos. Elaborada há 70 anos por representantes de diferentes origens jurídicas e culturais de todas as regiões do mundo, a Declaração foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, por meio da Resolução 217 A (III) da Assembleia Geral como uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e nações. Ela estabelece, pela primeira vez, a proteção universal dos direitos humanos. Desde sua adoção, em 1948, a DUDH foi traduzida em mais de 500 idiomas – o documento mais traduzido do mundo – e inspirou as constituições de muitos Estados e democracias recentes.
Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. Após 20 anos da Conferência de Viena, os direitos humanos são mais importantes do que nunca, diz a ONU
Ora veja!

domingo, dezembro 09, 2018

A Sirene Triste

Leia o poema, que Ulika, filha de Adelino dos Santos (Betinho), quis ler ao Presidente da República Popular de Angola, aquando da sua estada em Portugal.

A SIRENE TRISTE
Aqui onde vidas se minguam
A morte é um refúgio
Onde tudo subsiste
Pelo amor do povo!…
Quando nasce a aurora
A sirene chama os moribundos
Lançados para a morte
Obrigados a enterrar a enxada!…
Cada enxada se bate
Uma vida ainda subsiste
Uma vida que fenece lentamente
Desta juventude sombria!…
Aqui onde o sangue corre
Clamando justiça
Onde a enxada se enterra
A terra se recusa a ser ferida
Para não perturbar o sono
D’aqueles que dormem eternamente!…
Exausta de sofrimento
A terra chora
Chora em memória dos seus filhos!…
Kolokota - Adelino dos Santos (Betinho)

sábado, dezembro 08, 2018

Nagasáqui

Nagasáqui (nome que significa "capa longa" em japonês) é a capital e a maior cidade da região de Nagasaki, na Ilha de Kyushu, no Japão.
Em 2017, a cidade tinha uma população estimada de 425.723 habitantes e uma densidade populacional de 1000 pessoas por km², numa área total de 406.37 km².
Nagasaki tinha pouca importância histórica até entrar em contacto com os exploradores portugueses em 1543, pois era uma pequena vila de pescadores num porto isolado. Um dos primeiros visitantes foi Fernão Mendes Pinto, que veio de Vila do Bispo numa embarcação portuguesa que atracou próximo de Tanegashima. Pouco depois, embarcações portuguesas começaram a navegar para o Japão, aumentando o contacto e as relações comerciais com o Japão e o resto do mundo.
A pequena vila portuária rapidamente cresceu para uma cidade portuária diversa, e produtos portugueses importados por Nagasaki (como tabaco, pão, têxteis e um pão-de-ló português chamado Castela) foram assimilados pela cultura japonesa. O tempura, deriva de uma receita originalmente conhecida como "peixinhos-da-horta", é um nome que resulta da palavra portuguesa "tempero", é outro exemplo dos efeitos desse intercâmbio cultural
Nagasaki transformou-se num centro de influência colonial portuguesa e holandesa entre os séculos XVI e XIX, e igrejas e locais cristãos em Nagasaki foram propostos como candidatos a Património Mundial da Humanidade da UNESCO. 
Durante várias décadas, Nagasáqui foi considerada a capital do catolicismo no Japão.

Parte de Nagasaki foi base da Marinha Imperial Japonesa durante a Primeira Guerra Sino-Japonesa e da Guerra Russo-Japonesa.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Nagasaki foi a segunda cidade, e até hoje a última, a viver um ataque nuclear (às 11:02hs de 9 de agosto de 1945).
Conheça agora, através do vídeo que se segue,  alguns dos Pequenos Segredos de Nagasáqui.

sexta-feira, dezembro 07, 2018

No Woman No Cry

Oiça Bob Marley em No Woman No Cry .
A música popularizada por Bob Marley, Peter Tosh e Toots and the Maytals foi inscrita, no final de novembro de 2018, na lista de Património Cultural Imaterial da ONU
Bob Marley (1945-1981), foi um cantor, guitarrista e compositor jamaicano. Foi o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos e tornou-se famoso por popularizar o género.
Uma das suas preocupações era protestar contra os problemas sociais. Através da sua música, deu a conhecer o movimento rastafári, as suas ideias de paz, de irmandade, de igualdade social, de preservação ambiental, de libertação, de resistência, de liberdade e amor universal ao mundo.
A música de Marley foi fortemente influenciada pelas questões sociais e políticas da sua terra natal, fazendo com que o considerassem a voz do povo negro, pobre e oprimido da Jamaica.
A África e os seus problemas como a miséria, as guerras e o domínio europeu também foram temas das suas músicas, por se tratar da terra sagrada do movimento rastafári.
A coletânea Legend, lançada três anos após a sua morte e que reúne algumas das músicas de álbuns do artista, é o álbum de reggae mais vendido da história mundial.
Bob Marley foi eleito pela revista Rolling Stone o 11º maior artista da música de todos os tempos.

quinta-feira, dezembro 06, 2018

Mau Tempo no Canal

Mau Tempo no Canal é um romance do escritor português Vitorino Nemésio (1901-1978).
«Não há, no género, obra alguma que se lhe compare na literatura portuguesa deste século; nem há talvez obra romanesca mais complexa, mais variada, mais densa e mais subtil, em toda a nossa história literária.»
David Mourão-Ferreira

Sinopse:
Mau Tempo no Canal demorou cinco anos a ser escrito por Vitorino Nemésio e parte da história do casal Margarida Clark Dulmo e João Garcia. A narrativa, está temporalmente situada entre 1917 e 1944. Mas, Vitorino Nemésio serve-se destes personagens apenas como gancho para nos relatar uma sociedade açoriana estratificada, com todos os problemas que a atingem: angústias, sofrimentos, paixões e o sentimento tão único de ser ilhéu.

quarta-feira, dezembro 05, 2018

Genebra Em Dezembro

Campos de neve e píncaros distantes
      Sinos que morrem
Asas brancas em frios céus distantes
      Águas que correm.

Canais como caminhos prisioneiros
      Em busca de saída
Para os mares, os grandes, traiçoeiros
      Mares da vida.

Cisnes em bando interrogando as águas
      Do Ródano, cativas
Ruas sem perspectivas e sem mágoas
      Fachadas pensativas.

Chuva fina tangendo namorados
      Sem amanhã
Transitando transidos e apressados
      Pont du Mont Blanc.

Relógios pontuais batendo horas
      Aqui, ali, adiante
Vida sem tempo pela vida afora
      Tédio constante.

Tédio bom, tédio conselheiro, tédio
      Da vida que não é
E para a qual há sempre bom remédio
      Do bar do "Rabelais".
Vinicius de Moraes, Genebra , 1954